domingo, 13 de março de 2016

Fazer o bem sem ostentação


11 de março de 2016, conteúdo estudado com o Grupo André Luiz.




ENTÃO, DESEJO SER O BURRINHO...


O Chico acabava de ver sair à publicidade mais um dos belos e úteis livros
psicografados pelas suas mãos abençoadas. E, além de cartas elogiosas ao
seu trabalho, recebia pessoalmente em Pedro Leopoldo e em Belo Horizonte, quando lá comparecia, louvores e mais louvores de confrades e irmãos outros simpáticos ao Espiritismo. E cada qual lhe citava um fato que mais lhe agradou, realçando o valor do livro neste e naquele aspecto.
O Chico andava atrapalhado com tantos confetes sobre sua pessoa. E, em
casa, sossegado dos aplausos, dizia de si para consigo:
— Vou deixar de psicografar, pois sou um verdadeiro ladrão roubando
referências honrosas que não me pertencem. Os abraços, os parabéns, os
elogios que recebo cabem aos Espíritos de Emmanuel, André Luiz, Néio Lúcio e de outros, que são legítimamente os autores dos livros magníficos. Preciso dar um jeito nisto. .
Néio Lúcio, que lhe traduzia o pensamento, que lhe verificara os
propósitos, sorrindo, lhe aparece e diz:
— Não há razão, Chico, para sentir-se você magoado com os elogios.
Também os merece.
— Não, Néio Lúcio, sinto-me como um ingrato, ladrão, indigno...
— Bem, Chico, vou contar-lhe uma pequena história: — em certo
município, dois distritos se defrontavam, separados apenas por pequena
distância. Um, com a população quase toda enfermada, sem recurso de
espécie alguma. O outro, cheio de vida, víveres, remédios. Apenas faltava um agente intermediário entre os dois. Ninguém queria servir de ligação, realizar o trabalho socorrista. Foi quando, como mandado do céu, pareceu um burrinho humilde, manso, que, com pouco trabalho, tomou-se “apiado”, obediente, capaz de levar, sem ninguém, do distrito rico ao distrito pobre, os recursos de que careciam os irmãos enfermos e sofredores. O burrinho, tendo ao lombo dois jacás, um de cada lado, foi recebendo as dádivas:
Um colocava alimento, outro remédio, mais outro, roupas.
Colocavam-no à trilha, e ele, automaticamente, lá ia para o distrito
lazarento e faminto.
Em pouco, era esvaziada toda a carga e voltava, como fora, alegre,
satisfeito por haver cumprido um serviço salvacionista, abençoado, para repetir, noutras vezes, quando necessário, a mesma tarefa cristã.
E, antes que Néio Lúcio concluísse, o Chico exclamou:
— Está bem, Néio Lúcio, então, como burrinho, aceito o serviço. E nunca
mais se importou com louvores, certo de que agora
sabe qual a missão que realiza, entre a terra e o céu, junto à Grande Causa.
Lição de humildade, de conhecimento de si mesmo. Lição para nós todos...

Cap VII Bem-aventurados os pobres de espírito

O que se deve entender por pobres de espírito
1. Bem-aventurados os pobres de espírito, pois que deles é o Reino dos Céus. (Mateus,5:3.)
2. A incredulidade zombou desta máxima: Bem-aventurados os pobres
de espírito, como tem zombado de muitas outras coisas que não compreende.
Por pobres de espírito Jesus não entende os baldos de inteligência, mas
os humildes, tanto que diz ser para estes o Reino dos Céus, e não para os
orgulhosos.
Os homens de saber e de espírito, no entender do mundo, formam
geralmente tão alto conceito de si próprios e da sua superioridade, que
consideram as coisas divinas como indignas de lhes merecer a atenção.
Concentrando sobre si mesmos os seus olhares, eles não os podem elevar
até Deus. Essa tendência, de se acreditarem superiores a tudo, muito
amiúde os leva a negar aquilo que, estando-lhes acima, os depreciaria,
a negar até mesmo a Divindade. Ou, se condescendem em admiti-la,
contestam-lhe um dos mais belos atributos: a ação providencial sobre
as coisas deste mundo, persuadidos de que eles são suficientes para bem
governá-lo. Tomando a inteligência que possuem para medida da inteligência universal, e julgando-se aptos a tudo compreender, não podem crer na possibilidade do que não compreendem. Consideram sem apelação as sentenças que proferem.
Se se recusam a admitir o mundo invisível e uma potência extra-humana,
não é que isso lhes esteja fora do alcance; é que o orgulho se lhes
revolta à ideia de uma coisa acima da qual não possam colocar-se e que
os faria descer do pedestal onde se contemplam. Daí o só terem sorrisos
de mofa para tudo o que não pertence ao mundo visível e tangível. Eles
se atribuem espírito e saber em tão grande cópia, que não podem crer em
coisas, segundo pensam, boas apenas para gente simples, tendo por pobres de espírito os que as tomam a sério.
Entretanto, digam o que disserem, forçoso lhes será entrar, como
os outros, nesse mundo invisível de que escarnecem. É lá que os olhos se
lhes abrirão e eles reconhecerão o erro em que caíram. Deus, porém, que
é justo, não pode receber da mesma forma aquele que lhe desconheceu a
majestade e outro que humildemente se lhe submeteu às leis, nem os aquinhoar em partes iguais.
Dizendo que o Reino dos Céus é dos simples, quis Jesus significar
que a ninguém é concedida entrada nesse Reino, sem a simplicidade de coração e humildade de espírito; que o ignorante possuidor dessas qualidades será preferido ao sábio que mais crê em si do que em Deus. Em todas as circunstâncias, Jesus põe a humildade na categoria das virtudes que aproximam de Deus e o orgulho entre os vícios que dele afastam a criatura, e isso por uma razão muito natural: a de ser a humildade um ato de submissão a Deus, ao passo que o orgulho é a revolta contra Ele. Mais vale, pois, que o homem, para felicidade do seu futuro, seja pobre em espírito, conforme o entende o mundo, e rico em qualidades morais.
Aquele que se eleva será rebaixado
3. Por essa ocasião, os discípulos se aproximaram de Jesus e lhe perguntaram:
“Quem é o maior no Reino dos Céus?” — Jesus, chamando a si um menino, o colocou no meio deles e respondeu: “Digo-vos, em verdade, que, se não vos converterdes e tornardes quais crianças, não entrareis no Reino dos Céus. Aquele, Bem-aventurados os pobres de espírito
portanto, que se humilhar e se tornar pequeno como esta criança será o maior no Reino dos Céus e aquele que recebe em meu nome a uma criança, tal como acabo de dizer, é a mim mesmo que recebe.” (Mateus, 18:1 a 5.)
4. Então, a mãe dos filhos de Zebedeu se aproximou dele com seus dois filhos e o adorou, dando a entender que lhe queria pedir alguma coisa. Disse-lhe Ele:
“Que queres?” “Manda”, disse ela, “que estes meus dois filhos tenham assento no teu Reino, um à tua direita e o outro à tua esquerda.” — Mas Jesus lhe respondeu:
“Não sabes o que pedes; podeis vós ambos beber o cálice que Eu vou
beber?” — Eles responderam: “Podemos.” — Jesus lhes replicou: “É certo que bebereis o cálice que Eu beber; mas, pelo que respeita a vos sentardes à minha direita ou à minha esquerda, não me cabe a mim vo-lo conceder; isso será para aqueles a quem meu Pai o tem preparado.” — Ouvindo isso, os dez outros apóstolos se encheram de indignação contra os dois irmãos. Jesus, chamando-os para perto de si, lhes disse: “Sabeis que os príncipes das nações as dominam e que os grandes as tratam com império. Assim não deve ser entre vós; ao contrário, aquele que quiser
tornar-se o maior, seja vosso servo; e aquele que quiser ser o primeiro entre vós seja vosso escravo; do mesmo modo que o Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a vida pela redenção de muitos.” (Mateus, 20:20 a 28.)
5. Jesus entrou em dia de sábado na casa de um dos principais fariseus para aí fazer a sua refeição. Os que lá estavam o observaram. Então, notando que os convidados escolhiam os primeiros lugares, propôs-lhes uma parábola, dizendo:
“Quando fordes convidados para bodas, não tomeis o primeiro lugar,
para que não suceda que, havendo entre os convidados uma pessoa mais considerada do que vós, aquele que vos haja convidado venha a dizer-vos: dai o vosso lugar a este, e vos vejais constrangidos a ocupar, cheios de vergonha, o último lugar. Quando fordes convidados, ide colocar-vos no último lugar, a fim de que, quando aquele que vos convidou chegar, vos diga: meu amigo, venha mais para cima. Isso então será para vós um motivo de glória, diante de todos os que estiverem convosco à mesa; porquanto todo aquele que se eleva será rebaixado e todo aquele que se abaixa será elevado.” (Lucas, 14:1 e 7 a 11.)
6. Estas máximas decorrem do princípio de humildade que Jesus não
cessa de apresentar como condição essencial da felicidade prometida aos
eleitos do Senhor e que Ele formulou assim: “Bem-aventurados os pobres
de espírito, pois que o Reino dos Céus lhes pertence.” Ele toma uma criança como tipo da simplicidade de coração e diz: “Será o maior no Reino dos Céus aquele que se humilhar e se fizer pequeno como uma criança, isto é, que nenhuma pretensão alimentar à superioridade ou à infalibilidade.
A mesma ideia fundamental se nos depara nesta outra máxima: Seja
vosso servidor aquele que quiser tornar-se o maior, e nesta outra: Aquele que se humilhar será exalçado e aquele que se elevar será rebaixado.
O Espiritismo sanciona pelo exemplo a teoria, mostrando-nos na
posição de grandes no mundo dos Espíritos os que eram pequenos na
Terra; e bem pequenos, muitas vezes, os que na Terra eram os maiores e os mais poderosos. E que os primeiros, ao morrerem, levaram consigo aquilo que faz a verdadeira grandeza no céu e que não se perde nunca: as virtudes, ao passo que os outros tiveram de deixar aqui o que lhes constituía a grandeza terrena e que se não leva para a outra vida: a riqueza, os títulos, a glória, a nobreza do nascimento. Nada mais possuindo senão isso chegam ao outro mundo privados de tudo, como náufragos que tudo perderam, até as próprias roupas. Conservaram apenas o orgulho que mais humilhante lhes torna a nova posição, porquanto veem colocados acima de si e resplandecentes
de glória os que eles na Terra espezinharam.
O Espiritismo aponta-nos outra aplicação do mesmo princípio nas
encarnações sucessivas, mediante as quais os que, numa existência, ocuparam as mais elevadas posições, descem, em existência seguinte, às mais ínfimas condições, desde que os tenham dominado o orgulho e a ambição.
Não procureis, pois, na Terra, os primeiros lugares, nem vos colocar acima
dos outros, se não quiserdes ser obrigados a descer. Buscai, ao contrário, o lugar mais humilde e mais modesto, porquanto Deus saberá dar-vos um
mais elevado no céu, se o merecerdes..

A LIÇÃO DOS CHUCHUS...

Dona Maria Pena, que era viúva do Raimundo, irmão do Chico, julgava que
este era um mão aberta.
Não era muito crente do dar sem receber. E, certa manhã, em que,
sobremodo, sentia a missão do Médium, que muito estimava, disse-lhe:
— Chico, não acredito muito nas suas teorias de servir, de ajudar, de dar e
dar sempre, sem uma recompensa. Não vejo nada que você recebe em troca
do que faz, do que dá, do que realiza.

— Mas, tudo quanto fazemos com sinceridade e amor no coração, Deus
abençoa. E, sempre que distribuímos, que damos com a direita sem a
esquerda ver, fazemos uma boa ação e, mais cedo ou mais tarde,
receberemos a resposta do Pai. Pode crer que quem faz o bem, além de viver
no bem, colhe o bem.
— Então, vamos experimentar. Tenho aqui dois chuchus. Se alguém aqui

aparecer, vou lhos dar e quero ver se, depois, recebo outros dois.
Ainda bem não acabara de falar, quando a vizinha do lado esquerdo, pelo
muro, chama:
— Dona Maria, pode me dar ou emprestar uns dois chuchus?
— Pois não, minha amiga, aqui os tem, faça deles um bom guisado.
Daí a instante, sem que pudesse refazer-se da surpresa que tivera, a
vizinha do lado direito, também pelo muro, ofereceu quatro chuchus a D. Maria.
Meia hora depois, a vizinha dos fundos pede a D. Maria uns chuchus e
esta a presenteia com os quatro que ganhara.
A vizinha da frente, quase em seguida, sem que soubesse o que

acontecia, oferece à cunhada do nosso querido Médium, oito chuchus.
Por fim, já sentindo a lição e agindo seriamente, D. Maria évisitada por
uma amiga de poucos recursos econômicos.
Demora-se um pouco, o tempo bastante para desabafar sua pobreza.
À saída, recebe, com outros mantimentos, os oito chuchus...
E dona Maria diz para o Chico:
— Agora quero ver se ganho dezesseis chuchus, era só o que faltava para
completar essa brincadeira...
Já era tarde.
Estava na hora de regressar ao serviço e Chico partiu, tendo antes enviado
à prezada irmã um sorriso amigo e confiante, como a dizer-lhe: — “Espere e
verá”.
Aí pelas dezoito horas, regressou o Chico à casa.
Nada havia sucedido com relação aos chuchus..
Dona Maria olhava para o Chico com ar de quem queria dizer:
“Ganhei ou não?. .
Às vinte horas, todos na sala, juntamente com o Chico, conversam e nem
se lembram mais do caso dos chuchus, quando alguém bate à porta.
Dona Maria atende.
Era um senhor idoso, residente na roça.
Trazia no seu burrinho uns pequenos presentes para Dona Maria, em
retribuição às refeições que sempre lhe dá, quando vem à cidade.
Colocou à porta um pequeno saco.
Dona Maria abre-o nervosa e curiosamente.
Estava repleto de chuchus.
Contou-os: sessenta e quatro: Oito vezes mais do que havia, ultimamente,
dado...
Era demais.
A graça, em forma de lição, excedia à expectativa, era mais do que
esperava.
E, daí por diante, Dona Maria compreendeu que aquele que dá recebe
sempre mais.

Cap XIII Não saiba a vossa mão esquerda o que dê a vossa mão direita

Fazer o bem sem ostentação
1. Tende cuidado em não praticar as boas obras diante dos homens, para serem vistas, pois, do contrário, não recebereis recompensa de vosso Pai que está nos céus. Assim, quando derdes esmola, não façais tocar a trombeta diante de vós, como fazem os hipócritas nas sinagogas e nas ruas, para serem louvados pelos homens. Digo-vos, em verdade, que eles já receberam sua recompensa. Quando derdes esmola, não saiba a vossa mão esquerda o que faz a vossa mão direita; a fim de que a esmola fique em segredo, e vosso Pai, que vê o que se passa em segredo, vos recompensará. (Mateus, 6:1 a 4.)
2. Tendo Jesus descido do monte, grande multidão o seguiu. Ao mesmo tempo, um leproso[i] veio ao seu encontro e o adorou, dizendo: “Senhor, se quiseres, poderás curar-me.” — Jesus, estendendo a mão, o tocou e disse: “Quero-o, fica curado”
— no mesmo instante desapareceu a lepra. Disse-lhe então Jesus: “Abstém-te de falar disto a quem quer que seja; mas vai mostrar-te aos sacerdotes e oferece o dom prescrito por Moisés, a fim de que lhes sirva de prova.” (Mateus, 8:1 a 4.)
3. Em fazer o bem sem ostentação há grande mérito; ainda mais meritório é ocultar a mão que dá; constitui marca incontestável de grande superioridade moral, porquanto, para encarar as coisas de mais alto do que o faz o vulgo, mister se torna abstrair da vida presente e identificar-se com a vida futura; numa palavra, colocar-se acima da Humanidade, para renunciar à satisfação que advém do testemunho dos homens e esperar a aprovação de Deus. Aquele que prefere ao de Deus o sufrágio dos homens prova que mais fé deposita nestes do que na Divindade e que mais valor dá à vida presente do que à futura. Se diz o contrário, procede como se não cresse no que diz.
Quantos há que só dão na esperança de que o que recebe irá bradar por toda a parte o benefício recebido! Quantos os que, de público, dão grandes somas e que, entretanto, às ocultas, não dariam uma só moeda!
Foi por isso que Jesus declarou: “Os que fazem o bem ostentosamente já receberam sua recompensa.” Com efeito, aquele que procura a sua própria glorificação na Terra, pelo bem que pratica, já pagou a si mesmo; Deus nada mais lhe deve; só lhe resta receber a punição do seu orgulho.
Não saber a mão esquerda o que dá a mão direita é uma imagem que caracteriza admiravelmente a beneficência modesta. Mas, se há a modéstia real, também há a falsa modéstia, o simulacro da modéstia. Há pessoas que ocultam a mão que dá, tendo, porém, o cuidado de deixar aparecer um pedacinho, olhando em volta para verificar se alguém não o terá visto ocultá-la. Indigna paródia das máximas do Cristo! Se os benfeitores orgulhosos são depreciados entre os homens, que não será perante Deus? Também esses já receberam na Terra sua recompensa. Foram vistos; estão satisfeitos por terem sido vistos. É tudo o que terão.
E qual poderá ser a recompensa do que faz pesar os seus benefícios sobre aquele que os recebe, que lhe impõe, de certo modo, testemunhos de reconhecimento, que lhe faz sentir a sua posição, exaltando o preço dos sacrifícios a que se vota para beneficiá-lo? Oh! para esse, nem mesmo a recompensa terrestre existe, porquanto ele se vê privado da grata satisfação de ouvir bendizer-lhe do nome e é esse o primeiro castigo do seu orgulho.
As lágrimas que seca por vaidade, em vez de subirem ao Céu, recaíram Não saiba a vossa mão esquerda o que dê a vossa mão direita sobre o coração do aflito e o ulceraram. Do bem que praticou nenhum proveito lhe resulta, pois que ele o deplora, e todo benefício deplorado é moeda falsa e sem valor.
A beneficência praticada sem ostentação tem duplo mérito. Além de ser caridade material, é caridade moral, visto que resguarda a suscetibilidade do beneficiado, faz-lhe aceitar o benefício, sem que seu amor-próprio se ressinta e salvaguardando-lhe a dignidade de homem, porquanto aceitar um serviço é coisa bem diversa de receber uma esmola. Ora, converter em esmola o serviço, pela maneira de prestá-lo, é humilhar o que o recebe, e, em humilhar a outrem, há sempre orgulho e maldade. A verdadeira caridade, ao contrário, é delicada e engenhosa no dissimular o benefício, no evitar até as simples aparências capazes de melindrar, dado que todo atrito moral aumenta o sofrimento que se origina da necessidade. Ela sabe encontrar palavras brandas e afáveis que colocam o beneficiado à vontade em presença do benfeitor, ao passo que a caridade orgulhosa o esmaga. A verdadeira generosidade adquire toda a sublimidade, quando o benfeitor, invertendo os papéis, acha meios de figurar como beneficiado diante daquele a quem presta serviço. Eis o que significam estas palavras: “Não saibaa mão esquerda o que dá a direita.”


[i]N.E.: Na época em que esta obra foi escrita, esse termo era comum, mas atualmente é considerado pejorativo e/ou preconceituoso. Hanseníase morfeia, mal de Hansen ou mal de Lázaro é uma doença infecciosa causada pela bactéria Mycobacterium leprae (também conhecida como bacilo de hansen) que afeta os nervos e a pele, podendo provocar danos severos.

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