terça-feira, 31 de maio de 2016

Orgulho e Humildade






Boa noite amigos, compartilhamos com todos o tema que estudamos nas últimas semanas no grupo André Luiz.

O egoísmo e o orgulho
Suas causas, seus efeitos e os meios de destruí-los
Está bem reconhecido que a maioria das misérias humanas tem a sua fonte no egoísmo dos homens. Então, desde que cada um pensa em si, antes de pensar nos outros, e quer a sua própria satisfação antes de tudo, cada um procura, naturalmente, se proporcionar essa satisfação, a qualquer preço, e sacrifica, sem escrúpulo, os interesses de outrem, desde as menores coisas até as maiores, na ordem moral como na ordem material; daí todos os antagonismos sociais, todas as lutas, todos os conflitos e todas as misérias, porque cada um quer despojar o seu vizinho.
O egoísmo tem a sua fonte no orgulho. A exaltação da personalidade leva o homem a se considerar como acima dos outros, crendo-se com direitos superiores, e se fere com tudo o que, segundo ele, seja um golpe sobre os seus direitos. A importância que, pelo orgulho, liga à sua pessoa, torna-o naturalmente egoísta. O egoísmo e o orgulho têm a sua fonte num sentimento natural: o instinto de conservação.

INSTINTO[i] DE CONSERVAÇÃO
-702. É lei da Natureza o instinto de conservação?
“Sem dúvida. Todos os seres vivos o possuem, qualquer que seja o grau de
sua inteligência. Nuns, é puramente maquinal, raciocinado em outros.”
-703. Com que fim outorgou Deus a todos os seres vivos o instinto de conservação?
“Porque todos têm que concorrer para cumprimento dos desígnios da Providência. Por isso foi que Deus lhes deu a necessidade de viver. Acresce que a vida é necessária ao aperfeiçoamento dos seres. Eles o sentem instintivamente, sem disso se perceberem.”

Esse sentimento(instinto de conservação), encerrado em seus justos limites, portanto, é bom em si; é o exagero que o torna mau e pernicioso; ocorre o mesmo com todas as paixões que o homem, frequentemente, desvia de seu objetivo providencial.
De nenhum modo Deus criou o homem egoísta e orgulhoso; criou-o simples e  ignorante; foi o homem que se fez egoísta e orgulhoso exagerando o instinto que Deus lhe deu para a sua conservação.
A caridade[ii] e a fraternidade resumem todas as condições e todos os deveres sociais; mas supõem a abnegação; ora, a abnegação é incompatível com o egoísmo e o  orgulho; portanto, com seus vícios nada de verdadeira fraternidade, partindo, da igualdade e da liberdade, porque o egoísta e o orgulhoso querem tudo para eles.
Destruir o egoísmo e o orgulho é coisa impossível, dir-se-á, porque esses vícios são inerentes à espécie humana. Se isso fora assim, seria necessário desesperar de todo o progresso moral; no entanto, quando se considera o homem em suas diferentes idades, não se pode desconhecer um progresso evidente: portanto, se ele progrediu, pode progredir ainda.
Por outro lado, é que não se encontra nenhum homem desprovido do orgulho e do egoísmo?
O número é menor do que o dos egoístas, isto é certo, de outro modo estes últimos não fariam a lei; mas há deles mais do que se crê, e se parecem tão pouco numerosos é que o orgulho se põe em evidência, ao passo que a virtude modesta permanece na sombra.
O principal dessas causas se liga, evidentemente, à falsa idéia que o homem faz de sua natureza, de seu passado e de seu futuro. Não sabendo de onde vem, se crê mais do que não o é; não sabendo para onde vai, concentra todo o seu pensamento sobre a vida terrestre; ele a vê tão agradável quanto possível; quer todas as satisfações, todos os gozos: é porque caminha, sem escrúpulos, sobre o seu vizinho, se este lhe faz obstáculo; mas, para isso, é necessário que ele domine; a igualdade daria a outros direitos que quer ter sozinho; a fraternidade lhe imporia sacrifícios que estariam em detrimento de seu bem-estar; a liberdade, ele a quer para si, e não a concede, aos outros, senão quando ela não leve nenhum prejuízo às suas prerrogativas.
Que o homem se identifique com a vida futura, e a sua maneira de ver muda completamente, como a de um indivíduo que não deve permanecer senão poucas horas numa habitação má, e que sabe que, à sua saída, terá outra magnífica, para o resto de seus dias.
Tornando-se a vida futura o seu objetivo, pouco lhe importa ter um pouco mais, ou um pouco menos neste; os interesses mundanos são os acessórios, em lugar de serem o principal; ele trabalha no presente tendo em vista assegurar a sua posição no futuro, além disso, sabe em que condições pode ser feliz.
Pelos interesses mundanos, os homens podem lhe opor obstáculos: é preciso que os afaste, e se torna egoísta pela força das coisas; se leva suas vistas mais alto, para uma
felicidade que nenhum homem pode entravar, não tem interesse em esmagar ninguém, e o egoísmo não tem mais objeto; mas resta-lhe sempre o estímulo do orgulho.
A causa do orgulho está na crença que o homem tem de sua superioridade individual; e é aqui que se faz sentir ainda a influência da concentração do pensamento sobre a vida terrestre. No homem que nada vê diante dele, nada depois ele, nada acima dele, o sentimento da personalidade o arrebata, e o orgulho não tem nenhum contrapeso.

Já a Humildade é esse sentimento que nos nivela, ela nos diz que somos todos iguais, que todos somos irmãos filhos do mesmo criador Deus.
Todos vós que dos homens sofreis injustiças, sede indulgentes para as faltas dos vossos irmãos, ponderando que também vós não vos achais isentos de culpas; é isso caridade, mas é igualmente humildade. Que vos importam as calúnias do mundo? Se é puro o vosso proceder, não pode Deus vo-las compensar? Suportar com coragem as humilhações dos homens é ser humilde e reconhecer que somente Deus é grande e poderoso. Despertai, meus irmãos, meus amigos. Que a voz dos Espíritos ecoe
nos vossos corações. Sede generosos e caridosos, sem ostentação, isto é,
fazei o bem com humildade. Numa palavra: sede verdadeiros cristãos e tereis o Reino da Verdade. Dir-te-ão que, lá(mundo espiritual), o maior é aquele que haja sido o mais humilde entre os pequenos
deste mundo; que aquele que mais amou os seus irmãos será também o
mais amado no céu; que os poderosos da Terra, se abusaram da sua autoridade,
ver-se-ão reduzidos a obedecer aos seus servos; que, finalmente, a
humildade e a caridade, irmãs que andam sempre de mãos dadas, são os
meios mais eficazes de se obter graça diante do Eterno.

Enquanto o egoísmo é a negação da caridade, é por conseguinte, o maior obstáculo à felicidade dos homens. Se na Terra a caridade reinasse, o mau não imperaria nela; fugiria envergonhado; ocultar-se-ia, visto que em toda parte se acharia deslocado. O mal então desapareceria, ficai bem certos.
Ora, sem a caridade não haverá descanso para a sociedade humana. Digo mais: não haverá segurança. Com o egoísmo e o orgulho, que andam de mãos dadas, a vida será sempre uma carreira em que vencerá o mais esperto, uma luta de interesses, em que se calcarão aos pés as mais santas afeições, em que nem sequer os sagrados laços da família merecerão respeito.


[i]  Esses atos inconscientes são o resultado, portanto, do mecanismo coordenado e cada vez mais complexo das ações reflexas, a que denominamos instintos. No vegetal, a estruturação desse mecanismo está em seus primórdios, no animal manifesta-se plenamente e no homem sofre a ação da inteligência, que lhe altera e aperfeiçoa as manifestações.
O instinto é a força oculta que solicita os seres orgânicos a atos espontâneos e involuntários, tendo em vista a conservação deles. Nos atos instintivos não há reflexão, nem combinação, nem premeditação. É assim que a planta procura o ar, se volta para a luz, dirige suas raízes para a água e para a terra nutriente; que a flor se abre e fecha alternativamente, conforme se lhe faz necessário (...). É pelo instinto que os animais são avisados do que lhes convém ou prejudica; que buscam conforme a estação, os climas propícios (...). No homem, só em começo da vida o instinto domina com exclusividade; é por instinto que a criança faz os primeiros movimentos, que toma o alimento, que grita para exprimir as suas necessidades, que imita o som da voz, que tenta falar e andar. No próprio adulto, certos atos são instintivos, tais como os movimentos espontâneos para evitar um risco, para fugir a um perigo, para manter o equilíbrio do corpo; tais ainda o piscar de pálpebras para moderar o brilho da luz, o abrir maquinal da boca para respirar etc.

[ii]  Caridade moral, como a entendia Jesus, é elucidada na questão 886 de O Livro dos Espíritos, como sendo benevolência (boa vontade) para com todos, indulgência (tolerância) para com as imperfeições alheias e perdão das ofensas.
verdadeira caridade, que são: a benevolência, a indulgência, a abnegação e o devotamento. ”Fora da caridade não há salvação”


Atividade em grupo foi ler os exemplos abaixo e destacar em uma palavra as frases 

sobre o Orgulho e a Humildade.


Quando, por exemplo, uma pessoa humilde comete um erro, diz: Eu me equivoquei, pois, sua intenção é aprender, crescer. Mas quando uma pessoa orgulhosa comete um erro, diz: Não foi minha culpa, porque se acha acima de qualquer suspeita.

A pessoa humilde trabalha mais que a orgulhosa e por essa razão tem mais tempo.
Uma pessoa orgulhosa está sempre muito ocupada para fazer o que é necessário. A pessoa humilde enfrenta qualquer dificuldade e sempre vence os problemas.
A pessoa orgulhosa dá desculpas, mas não dá conta das suas obrigações e pendências. Uma pessoa humilde se compromete e realiza.
Uma pessoa orgulhosa se acha perfeita. A pessoa humilde diz: Eu sou bom, porém não tão bom como eu gostaria de ser.
A pessoa humilde respeita aqueles que lhe são superiores e trata de aprender algo com todos. A orgulhosa resiste àqueles que lhe são superiores e trata de pôr-lhes defeitos.
O humilde sempre faz algo mais, além da sua obrigação. O orgulhoso não colabora, e sempre diz: Eu faço o meu trabalho.
Uma pessoa humilde diz: Deve haver uma maneira melhor para fazer isto, e eu vou descobrir. A pessoa orgulhosa afirma: Sempre fiz assim e não vou mudar meu estilo.
A pessoa humilde compartilha suas experiências com colegas e amigos, o orgulhoso as guarda para si mesmo, porque teme a concorrência.
A pessoa orgulhosa não aceita críticas, a humilde está sempre disposta a ouvir todas as opiniões e a reter as melhores.
Quem é humilde cresce sempre, quem é orgulhoso fica estagnado, iludido na falsa posição de superioridade.
O orgulhoso se diz céptico, por achar que não pode haver nada no Universo que ele desconheça. O humilde reverencia ao Criador, todos os dias, porque sabe que há muitas verdades que ainda desconhece.
Uma pessoa humilde defende as ideias que julga nobres, sem se importar de quem elas venham. A pessoa orgulhosa defende sempre suas ideias, não porque acredite nelas, mas porque são suas.
Enfim, como se pode perceber, o orgulho é grilhão que impede a evolução das criaturas, a humildade é chave que abre as portas da perfeição. 

Texto adaptado de:
http://www.momento.com.br/pt/ler_texto.php?id=2898&stat=3&palavras=orgulho&tipo=t
 


Orgulho Humildade















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