terça-feira, 5 de abril de 2016

Textos Humberto de Campos






30 de março de 2016 - Compartilhamos abaixo os textos usados em nosso estudo, realizado em conjunto com os grupos André Luiz e Joanna de Ângelis.


03 - AS PORTAS CELESTES (Pontos e Contos)
O grupo de desencarnados errava nas esferas inferiores. Integravam-no alguns cristãos de
escolas diversas, estranhando a indiferença do Céu...
Onde os Anjos e Tronos, os Arcanjos e Gênios do paraíso, que não se aprestavam para
recebê-los?
Em torno, sempre a neblina espessa, a penumbra indefinível. Onde o refúgio da paz, o asilo
de recompensa?
Resultado de imagem para portas celestiaisLongos dias de aflição, em jornadas angustiosas...
Depois da surpresa, a revolta; após a revolta, a queixa. Finda a queixa, veio o sofrimento
construtivo e com esse surgiu a prece.
Em seguida à oração, eis que aparece a resposta. Iluminado mensageiro, em vestidura
resplandecente, desafia a sombra da planície, fazendo-se visível em alto cume.
Prosternam-se os peregrinos à pressa. Seria o próprio Jesus? Não seria?
Ante a perturbação que os acometera, o emissário tomou a palavra e esclareceu, fraterno:
– Paz em nome do Senhor, a quem endereçastes vosso apelo. Vossas súplicas foram
ouvidas.
Que desejais?
– Anjo celeste – falou um deles –, pois não vês?!... Estamos rotos, exaustos, vencidos, nós,
que fomos crentes fervorosos no mundo. Onde se encontra o Redentor que não nos salva, o
Príncipe da Luz, que nos deixa em plena treva? Que desejamos? nada mais que o prêmio da
luta...
Não pôde prosseguir. Ondas de lágrimas invadiram-lhe os olhos, sufocando-lhe a garganta e
contagiando os companheiros que se desfizeram em pranto dorido.
O preposto do Cristo, contudo, manteve-se imperturbável e considerou:
– A Justiça Divina nunca falhou no Universo.
– Ah! mas nós sofremos – replicou o interlocutor aliviado – e certamente somos vítimas de
algum esquecimento que esperamos seja reparado.
O ministro de Jesus não se deixou impressionar e voltou a dizer:
– Vejamos. Respondei-me em sã consciência:
Quando encarnados, amastes a Deus, sobre todas as coisas, com toda a alma e
entendimento?
Se estivessem à frente de autoridade comum, provavelmente os interpelados buscariam
tergiversar, fugindo à verdade. A luz divina do emissário, porém, penetrava-lhes o âmago do
ser. Decorrido um instante de pesada expectação, informaram todos a um só tempo:
– Não.
– Considerastes os interesses do próximo como se vos pertencessem?
Novo momento de luta íntima e nova resposta sincera:
– Não.
– Negastes a personalidade egoística, suportastes vossa cruz e seguistes o Mestre?
– Não.
– Colocastes a Vontade Divina acima de vossos desejos?
– Não.
– Fizestes brilhar em vós, na Terra, a luz que o Céu vos conferiu?
– Não.
– Auxiliastes vossos inimigos, orastes pelos que vos perseguiram, ministrastes o bem aos
que vos caluniaram e dilaceraram?
– Não.
– Perdoastes setenta vezes sete vezes?
– Não.
– Fostes fiéis ao Pai até ao fim?
– Não.
– Vencestes os dragões da discórdia e da vaidade?
– Não.
– Carregastes as cargas uns dos outros?
– Não.
O mensageiro fixou benevolente gesto com as mãos e, mostrando olhar mais doce,
observou, depois de comprida pausa:
– Se em dez das lições do Divino Mestre não aprendestes nenhuma, com que direito
invocais o seu nome? Acreditais, porventura, que Ele nos tenha ensinado algo em vão?
Os infortunados puseram-se a chorar, com mais força, e um deles objetou :
– Que será de nós? quem nos socorrerá, se tínhamos crença verdadeira?!...
– Sim – tornou o representante do Cristo –, não contesto. Entretanto, como interpretar o
possuidor do bom livro que nunca lhe examinou as páginas? Como definir o aluno que
gastou possibilidades e tempo da escola, sem jamais aplicar as lições no terreno prático?
– Oh! anjo bom, contudo, nós já morremos na Terra!... – acrescentou a voz triste do irmão
desencantado, entre a aflição e a amargura.
O mensageiro, porém, rematou com serenidade:
– Diariamente, milhões de almas humanas abandonam a carne e tornam a ela, no
aprendizado da verdadeira vida. Quem morre no mundo grosseiro perde apenas a forma
efêmera. O que importa no plano espiritual não é o “interromper” ou o “recomeçar” da
experiência e, sim, a iluminação duradoura para a vida imortal. Não percais tempo, buscando
novos programas, quando nem mesmo iniciastes a execução dos velhos ensinamentos.
Aprendiz algum tem o direito de invocar a presença do Mestre, de novo, antes de atender as
lições anteriormente indicadas. Voltai e aprendei! Não existe outro caminho para a distração
voluntária.
Nesse mesmo instante, o enviado tornou ao plano de onde viera, enquanto os peregrinos, ao
invés de prosseguirem viagem para mais alto, obedeciam ao impulso irresistível que os
conduzia para mais baixo.

06 - O DOENTE GRAVE (Pontos e Contos)

Uma alma atormentada de Mãe, conduzida ao Céu, nas asas blandiciosas do sono, esbarrou
ante as resplandecentes visões do Paraíso.
Um anjo solícito recebeu-a no pórtico.
– Anjo amigo – disse ela em voz súplice –, sou mãe na Terra e tenho dois filhos. Rogo para
ambos as bênçãos de Deus, generosas e augustas.
O mensageiro anotou as petições e, observando-lhe o desvelo fraternal, a mulher aflita
acrescentou, ansiosamente :
– Venho até aqui pedir, em particular, por um deles que, desde muito tempo, se encontra
gravemente enfermo, entre a morte e a vida. Todo o meu carinho, todos os recursos médicos
têm sido ineficazes. Não posso tolerar, por mais tempo, as lágrimas dolorosas que me
afligem o coração. Digne-se o Todo-Poderoso, por vosso intermédio, conceder-me a graça
de vê-la restituído à saúde.
O emissário das Esferas Superiores pensou um instante e interrogou:
– Qual de teus dois filhos se encontra mais unido a Deus?
– Meu pobre filhinho doente – respondeu a recém-chegada –, pois que medita na grandeza
do Pai Celeste, dia e noite. É com o Seu nome que se submete aos remédios amargos e é
esperando no Senhor que vê despontar cada aurora. No sofrimento que lhe desintegra as
forças, dirige-se ao Céu com tamanho fervor que se lhe pressente, de maneira inequívoca, a
ligação com o Pai Amoroso e Invisível.
– E o outro? – indagou o mensageiro divino.
– Esse – esclareceu a pedinte, um tanto confundida, qual se lhe fora impossível dissimular –,
é um homem feliz nos negócios do mundo. Como é favorecido da sorte, parece não sentir
necessidade de procurar o socorro da Providência Divina...
– Qual deles entende a sublime significação do trabalho? – interpelou o emissário
novamente.
– O enfermo, atirado à imobilidade, guarda profunda compreensão, com respeito às virtudes
excelsas do espírito de serviço. Refere-se, constantemente, aos bens do esforço e edifica
quantos lhe ouvem a palavra, tocada de dolorosas experiências.
– E o outro?
– Talvez pelo gênero de vida a que se consagra deixou de ver as belezas da ação própria.
Dispondo de muitos servidores, descansa nos trabalhos alheios. Não conhece o radioso
convite da manhã, porque se levanta do leito demasiado tarde, nos hotéis de luxo, e
permanece estranho às bênçãos da noite, de vez que o corpo, saciado em mesas opíparas e
extravagantes, não lhe confere oportunidade de sentir as sugestões santificadoras da
Natureza.
– Qual deles percebe o imperativo de confraternização com os homens, nossos irmãos? –
tornou o mensageiro sorrindo, bondoso.
– O que está preso à enfermidade angustiosa recebe os amigos de qualquer posição social,
com indisfarçável reconhecimento. Recolhe as expressões de carinho com lágrimas de
alegria a lhe saltarem dos olhos. Emociona-se com a menor gentileza de que é objeto e
parece deter, agora, um laço de amor forte e sincero, mesmo para com aqueles que, em
outro tempo, lhe foram inimigos ou perseguidores.
– E o outro?
– Os favores do mundo – comentou nobremente a palavra maternal – isolam-lhe a
personalidade, a distância dos júbilos domésticos, em rodas restritas e fantasiosas ou nas
regiões elegantes, onde rolem fortunas iguais à dele. Assediado pelos empenhos do mundo
social, cujas idéias se modificam à feição do vento, nunca encontra tempo necessário para
sondar os sentimentos afetivos dos companheiros que o Céu lhe enviou à senda comum.
O anjo atento passou a refletir, com grande interesse, e argüiu, de novo:
– Para qual deles rogas a bênção de Deus, em particular?
– Em favor do pobrezinho que agoniza no leito – informou a ternura materna.
O enviado da Providência fixou-a com extrema bondade e concluiu, com sabedoria :
– Volta à Terra e reconsidera as atitudes do teu carinho! O enfermo do corpo vai muito bem;
já entende a necessidade de união com o Divino Pai e o que distingue, em verdade, os
homens uns dos outros, é o grau de suas relações com a vida mais alta. Renova, pois, os
votos de tuas preces ardentes, porque o doente grave é o outro.


26 - O SEGREDO DA JUVENTUDE (Contos Desta e Doutra Vida)

Formoso Anjo da Justiça, na Balança do Tempo, recebia pequena multidão de Espíritos
recém-desencarnados na Terra.
Eram todos eles pessoas maduras, em torno das quais o Ministro da Lei deveria emitir um
juízo rápido, como introdução a mais ampla análise, assim como um magistrado terreno que,
na fase inicial de um processo, pode formular um despacho saneador.
Velhos gotosos e dementados, abatidos e caquéticos, demonstrando evidentes sinais de
angústia, congregavam-se ali, guardando os característicos das enfermidades que lhes
haviam marcado o corpo.
Muitos choravam à feição de crianças medrosas, outros comprimiam o coração com a destra
enrijecida, ao passo que outros muitos se erguiam com imensa dificuldade, arrastando-se,
trêmulos...
As sensações da carne ferreteavam-lhes o íntimo, detendo-lhes o ser nas amargas
recordações que traziam do mundo.
Conduzidos a exame, sob a custódia de benfeitores abnegados, acusavam essa ou aquela
diferença para melhor, recebendo uma folha explicativa para o início das novas tarefas que
os aguardavam no plano Espiritual.
Agora, era um psicopata recobrando a lucidez; depois, era um hemiplégico retomando o
equilíbrio...
Entretanto, os traços da velhice corpórea perseveravam quase intactos, decerto, longo tempo
na vida nova para serem devidamente desintegrados.
Em derradeiro lugar, no entanto, aproximou-se do Anjo pobre velhinha, humilde e triste.
Os cabelos de prata e as rugas que lhe desfiguravam o rosto denunciavam-lhe
aproximadamente oitenta anos de luta física.
Trazida, contudo, à grande balança, oh! divina surpresa!... De anotação em anotação, faziase
mais jovem, até que, abençoada pelo sorriso do Aferidor Angélico, a estranha anciã
converteu-se em bela menina e moça, nos vinte anos primaveris.
Toda a assembléia vibrou de felicidade, ante o quadro inesquecível.
Intrigado, abeirei-me de antigo orientador e perguntei pela razão da inesperada
metamorfose.
O esclarecido mentor pediu a ficha da celestial criatura, para socorro de minha ignorância, e,
na folha branca e leve, pude ler, admirado:

Nome - Leocádia Silva.
Profissão – Educadora.
Existência Terrestre – 701.280 horas.
Aplicação das Horas:
Serviço de auto-assistência para a justa garantia no campo da evolução:

1 – Mocidade Laboriosa.................................................................... 175.200
2 – Magistério digno.......................................................................... 65.700
3 – Alimentação e higiene................................................................. 43.800
4 – Estudo proveitoso e atividades religiosas................................... 41.900
5 – Repouso necessário ao refazimemento..................................... 109.500

 Serviço extra, completamente gratuito, em favor do próximo:

1 – Devotamento aos necessitados................................................... 85.100
2 – Movimentação fraterna em missõesde auxílio............................. 32.840
3 – Noites de vigília em solidariedade aos enfermos......................... 33.000
4 – Conversação sadia no amparo moral genuíno............................. 54.750
5 – Variadas tarefas de caridade......................................................... 59.490
 ---------
 Total – Horas..................... 701.280

 - Compreendeu? – disse-me o orientador, sorridente.
 E, ante o meu insopitável assombro, concluiu:
- Quem dá o seu próprio tempo, a benefício dos outros, não conta tempo na própria, idade no
sentido de envelhecer. Leocádia cedeu todas as suas horas disponíveis no socorro aos
irmãos do mundo. Os dias não lhe pesam, assim, sobre os ombros da alma...
 Meu interlocutor afastou-se, lépido, para felicitar a heroína, e, contemplando, enlevado, o
semblante radioso do Mensageiro Sublime que presidia à Grande reunião, compreendi o
motivo pelo qual os Anjos do Amor Divino revelam em si a suprema-beleza da juventude
eterna.

11 - SERVIÇO E TEMPO (Cartas e Crônicas)

A senhora Juvercina Trajano era um prodígio de minudências.
Aos quase sessenta de idade, reafirmava a sua condição de missionária do Cristo, no
amparo à infância, com particularidades preciosas de informação.
Espírita fervorosa, sabia-se reencarnada para o desempenho de grande tarefa. Cabia-lhe
socorrer crianças desprotegidas. Antevia a obra imensa. Mentalizava-se rodeada de
pequeninos a lhe rogarem ternura. Enternecia-se ao narrar as próprias recordações da sua
vida de Espírito, antes do berço, pois Dona Juvercina chegava a lembrar-se do tempo em
que se via, no Plano Espiritual, preparando a existência física em que se reconhecia
habilitada ao grande empreendimento. Revia-se em companhia de vários benfeitores
desencarnados, visitando instituição assistencial de zonas inferiores e anotando dezenas de
Espíritos, positivamente desorientados e inferiores, aos quais prestaria auxílio eficiente,
depois de reinstalada na Terra.
E a senhora Trajano explicava, vezes e vezes, para os amigos admirados.
- Torno a ver o sítio escuro e esquisito, como se fôsse agora... Um vale extenso, repleto de
almas agoniadas, necessitando retornar a experiência do mundo, à feição de alunos
aguardando ansiosamente os benefícios da escola. Creiam que ouço ainda a voz do instrutor
paternal que me dizia ser o irmão Ambrósio, a falar-me confiantemente: - “Sim, minha irmã,
você renascerá na Terra com a missão de patrocinar crianças em abandono, sofrimento...
Deste recanto de aprendizado, partirão oitenta Espíritos transviados, mas sequiosos de
esclarecimento e de amor, ao encontro de seus braços... Você organizará para eles um lar
regenerador. Não lhe faltarão recursos para situá-los no ambiente preciso. Volte à Terra e
trabalhe... Compreenda que para assegurar os alicerces de sua obra, você carregará a
responsabilidade sobre o reajuste de oitenta irmãos nossos, desorientados e enfermos que
tomarão, depois de você, o corpo carnal para o esforço restaurativo... Seguirão eles, a pouco
e pouco, sob nossa vigilância, na direção de seu carinho!...”
A senhora Trajano alinhava reminiscências, entre entusiasmada e comovida. E, realmente,
desde os trinta e dois de idade, iniciara, com êxito, a construção de um lar para os rebentos
do infortúnio.
O empreendimento, lançado por ela em terreno fértil, encontrara a melhor acolhida.
Corações nobres haviam chegado, colocando-lhe nas mãos os recursos imprescindíveis.
Facilidades, ofertas, dinheiro e cooperação.
Em cinco anos, erguera-se o vasto domicílio, simples sem penúria e confortável sem
excesso. Juvercina, todavia, se fizera exigente e, por isso, conquanto a casa se patenteasse
digna e pronta, prosseguia descobrindo detalhes que considerava de especial importância.
Nunca se sentia com bastante conforto para albergar as dezenas de crianças desventuradas
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que lhe batiam às portas. Depois do edifício acabado, quis aumentá-lo. Efetuados
numerosos acréscimos, reclamou mais terras. Compradas as terras, decidiu a formação de
pomares. Multiplicaram-se campanhas, projetos, apelos e doações. Mas não ficou nisso.
Resolveu modificar, por várias vezes, o sistema de água, a iluminação, a estrutura das
paredes, os tetos e os pisos. Deliberou experimentar sementeiras diferentes, em hortas e
jardins, reformando-as, insatisfeita. Quando tudo fazia prever a inauguração, solicitou
varandas e pérgulas, além de galpões e caprichosas calçadas. Se a obra não se alterava por
dentro, surgiam as novidades de fora. E vinte e seis anos passaram na expectativa.
Todo esse tempo se desdobrava em pormenores e pormenores, quando, na reunião
mediúnica semanal de que era ela companheira solícita, compareceu, por um dos médiuns
psicofônicos, o Irmão Ambrósio em pessoa. Partilhando a surpresa dos circunstantes, Dona
Juvercina chorou, empolgada. Aquela voz... Conhecia aquela voz...
O mensageiro exortou-a ao cumprimento da promessa e explanou, com elegância e beleza,
sobre as necessidades da infância, no estágio da reencarnação terrestre.
Juvercina escutou e escutou, mas, percebendo que a palavra do instrutor continha para ela
expressiva inflexão de advertência, indagou, respeitosa, quando o comunicante se dispunha
a despedir-se:
- Irmão Ambrósio, não estarei sendo leal a mim mesma? O irmão admite que me mantenho
fiel às obrigações que abracei?
O interlocutor fixou inesquecível gesto de brandura e respondeu com a bondade de um pai
que aconselha uma filha:
- Sim, minha irmã, você tem sido muito exata no programa traçado, tem trabalhado e sofrido
pela obra, mas não se esqueça do tempo... As horas são empréstimos preciosos!...
E acrescentou sob o espanto geral:
- Trinta Espíritos necessitados de recondução e assistência, dos oitenta que você
comprometeu a socorrer e reeducar, são agora delinqüentes de novo... Dois são obsidiados
perigosos na via pública, seis estão fichados por doentes mentais em penitenciárias e os
restantes vinte e dois se encontram internados em diversas cadeias

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