Boa noite amigos, compartilhamos com todos o tema que estudamos nas últimas semanas no grupo André Luiz.
O egoísmo e
o orgulho
Suas
causas, seus efeitos e os meios de destruí-los
Está bem reconhecido que a maioria das
misérias humanas tem a sua fonte no egoísmo dos homens. Então, desde que cada
um pensa em si, antes de pensar nos outros, e quer a sua própria satisfação
antes de tudo, cada um procura, naturalmente, se proporcionar essa satisfação,
a qualquer preço, e sacrifica, sem escrúpulo, os interesses de outrem, desde as
menores coisas até as maiores, na ordem moral como na ordem material; daí todos
os antagonismos sociais, todas as lutas, todos os conflitos e todas as
misérias, porque cada um quer despojar o seu vizinho.
INSTINTO[i] DE CONSERVAÇÃO
-702. É lei da Natureza o instinto de conservação?
“Sem
dúvida. Todos os seres vivos o possuem, qualquer que seja o grau de
sua
inteligência. Nuns, é puramente maquinal, raciocinado em outros.”
-703. Com que fim outorgou Deus a todos os seres vivos o instinto
de conservação?
“Porque
todos têm que concorrer para cumprimento dos desígnios da Providência. Por isso
foi que Deus lhes deu a necessidade de viver. Acresce que a vida é necessária
ao aperfeiçoamento dos seres. Eles o sentem instintivamente, sem disso se
perceberem.”
Esse sentimento(instinto de conservação),
encerrado em seus justos limites, portanto, é bom em si; é o exagero que o
torna mau e pernicioso; ocorre o mesmo com todas as paixões que o homem, frequentemente,
desvia de seu objetivo providencial.
De nenhum modo Deus criou o homem egoísta
e orgulhoso; criou-o simples e ignorante;
foi o homem que se fez egoísta e orgulhoso exagerando o instinto que Deus lhe
deu para a sua conservação.
Destruir o egoísmo e o orgulho é coisa
impossível, dir-se-á, porque esses vícios são inerentes à espécie humana. Se
isso fora assim, seria necessário desesperar de todo o progresso moral; no
entanto, quando se considera o homem em suas diferentes idades, não se pode
desconhecer um progresso evidente: portanto, se ele progrediu, pode progredir
ainda.
Por outro lado, é que não se encontra
nenhum homem desprovido do orgulho e do egoísmo?
O número é menor do que o dos egoístas,
isto é certo, de outro modo estes últimos não fariam a lei; mas há deles mais
do que se crê, e se parecem tão pouco numerosos é que o orgulho se põe em
evidência, ao passo que a virtude modesta permanece na sombra.
O principal dessas causas se liga,
evidentemente, à falsa idéia que o homem faz de sua natureza, de seu passado e
de seu futuro. Não sabendo de onde vem, se crê mais do que não o é; não sabendo
para onde vai, concentra todo o seu pensamento sobre a vida terrestre; ele a vê
tão agradável quanto possível; quer todas as satisfações, todos os gozos: é
porque caminha, sem escrúpulos, sobre o seu vizinho, se este lhe faz obstáculo;
mas, para isso, é necessário que ele domine; a igualdade daria a outros
direitos que quer ter sozinho; a fraternidade lhe imporia sacrifícios que
estariam em detrimento de seu bem-estar; a liberdade, ele a quer para si, e não
a concede, aos outros, senão quando ela não leve nenhum prejuízo às suas
prerrogativas.
Que o homem se identifique com a vida
futura, e a sua maneira de ver muda completamente, como a de um indivíduo que
não deve permanecer senão poucas horas numa habitação má, e que sabe que, à sua
saída, terá outra magnífica, para o resto de seus dias.
Tornando-se a vida futura o seu objetivo,
pouco lhe importa ter um pouco mais, ou um pouco menos neste; os interesses
mundanos são os acessórios, em lugar de serem o principal; ele trabalha no
presente tendo em vista assegurar a sua posição no futuro, além disso, sabe em
que condições pode ser feliz.
Pelos interesses mundanos, os homens podem
lhe opor obstáculos: é preciso que os afaste, e se torna egoísta pela força das
coisas; se leva suas vistas mais alto, para uma
felicidade que nenhum homem pode entravar,
não tem interesse em esmagar ninguém, e o egoísmo não tem mais objeto; mas
resta-lhe sempre o estímulo do orgulho.
A causa do orgulho está na crença que o
homem tem de sua superioridade individual; e é aqui que se faz sentir ainda a
influência da concentração do pensamento sobre a vida terrestre. No homem que
nada vê diante dele, nada depois ele, nada acima dele, o sentimento da
personalidade o arrebata, e o orgulho não tem nenhum contrapeso.
Já a Humildade é esse sentimento que nos
nivela, ela nos diz que somos todos iguais, que todos somos irmãos filhos do
mesmo criador Deus.
nos vossos corações. Sede
generosos e caridosos, sem ostentação, isto é,
fazei o bem com humildade. Numa palavra: sede verdadeiros cristãos e tereis o Reino da
Verdade. Dir-te-ão
que, lá(mundo espiritual), o maior é aquele que haja sido o mais humilde entre
os pequenos
deste mundo; que aquele que mais
amou os seus irmãos será também o
mais amado no céu; que os
poderosos da Terra, se abusaram da sua autoridade,
ver-se-ão reduzidos a obedecer
aos seus servos; que, finalmente, a
humildade e a caridade, irmãs
que andam sempre de mãos dadas, são os
meios mais eficazes de se obter
graça diante do Eterno.
Ora, sem a caridade não haverá descanso
para a sociedade humana. Digo mais: não haverá segurança. Com o egoísmo e o
orgulho, que andam de mãos dadas, a vida será sempre uma carreira em que
vencerá o mais esperto, uma luta de interesses, em que se calcarão aos pés as
mais santas afeições, em que nem sequer os sagrados laços da família merecerão
respeito.
[i] Esses atos inconscientes são o resultado, portanto, do
mecanismo coordenado e cada vez mais complexo das ações reflexas, a que
denominamos instintos. No vegetal, a estruturação desse mecanismo está em seus
primórdios, no animal manifesta-se plenamente e no homem sofre a ação da
inteligência, que lhe altera e aperfeiçoa as manifestações.
O
instinto é a força oculta que solicita os seres orgânicos a atos espontâneos e
involuntários, tendo em vista a conservação deles. Nos atos instintivos não há
reflexão, nem combinação, nem premeditação. É assim que a planta procura o ar,
se volta para a luz, dirige suas raízes para a água e para a terra nutriente;
que a flor se abre e fecha alternativamente, conforme se lhe faz necessário
(...). É pelo instinto que os animais são avisados do que lhes convém ou
prejudica; que buscam conforme a estação, os climas propícios (...). No homem,
só em começo da vida o instinto domina com exclusividade; é por instinto que a
criança faz os primeiros movimentos, que toma o alimento, que grita para
exprimir as suas necessidades, que imita o som da voz, que tenta falar e andar.
No próprio adulto, certos atos são instintivos, tais como os movimentos
espontâneos para evitar um risco, para fugir a um perigo, para manter o
equilíbrio do corpo; tais ainda o piscar de pálpebras para moderar o brilho da
luz, o abrir maquinal da boca para respirar etc.
[ii] Caridade
moral, como a entendia Jesus, é elucidada na questão 886 de O Livro dos
Espíritos, como sendo benevolência (boa vontade) para com todos, indulgência
(tolerância) para com as imperfeições alheias e perdão das ofensas.
verdadeira caridade, que são: a
benevolência, a indulgência, a abnegação e o devotamento. ”Fora da caridade não
há salvação”
Atividade em grupo foi ler os exemplos abaixo e destacar em uma palavra as frases
sobre o Orgulho e a Humildade.
Quando, por exemplo,
uma pessoa humilde comete um erro, diz: Eu me equivoquei, pois, sua
intenção é aprender, crescer. Mas quando uma pessoa orgulhosa comete um erro,
diz: Não foi minha culpa, porque se acha acima de qualquer
suspeita.
A pessoa humilde
trabalha mais que a orgulhosa e por essa razão tem mais tempo.
Uma pessoa orgulhosa
está sempre muito ocupada para fazer o que é necessário. A
pessoa humilde enfrenta qualquer dificuldade e sempre vence os problemas.
A pessoa orgulhosa dá
desculpas, mas não dá conta das suas obrigações e pendências. Uma pessoa
humilde se compromete e realiza.
Uma pessoa orgulhosa
se acha perfeita. A pessoa humilde diz: Eu sou bom, porém não tão bom
como eu gostaria de ser.
A pessoa humilde
respeita aqueles que lhe são superiores e trata de aprender algo com todos. A
orgulhosa resiste àqueles que lhe são superiores e trata de pôr-lhes
defeitos.
O humilde sempre faz
algo mais, além da sua obrigação. O orgulhoso não colabora, e sempre diz: Eu
faço o meu trabalho.
Uma pessoa humilde
diz: Deve haver uma maneira melhor para fazer isto, e eu vou descobrir.
A pessoa orgulhosa afirma: Sempre fiz assim e não vou mudar meu estilo.
A pessoa humilde
compartilha suas experiências com colegas e amigos, o orgulhoso as guarda para
si mesmo, porque teme a concorrência.
A pessoa orgulhosa não
aceita críticas, a humilde está sempre disposta a ouvir todas as opiniões e a
reter as melhores.
Quem é humilde cresce
sempre, quem é orgulhoso fica estagnado, iludido na falsa posição de superioridade.
O orgulhoso se diz
céptico, por achar que não pode haver nada no Universo que ele desconheça. O
humilde reverencia ao Criador, todos os dias, porque sabe que há muitas
verdades que ainda desconhece.
Uma pessoa humilde
defende as ideias que julga nobres, sem se importar de quem elas venham. A
pessoa orgulhosa defende sempre suas ideias, não porque acredite nelas, mas
porque são suas.
Enfim, como se pode
perceber, o orgulho é grilhão que impede a evolução das criaturas, a humildade
é chave que abre as portas da perfeição.
Texto adaptado de:
http://www.momento.com.br/pt/ler_texto.php?id=2898&stat=3&palavras=orgulho&tipo=t
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