Informando o Leitor
Legiões de
companheiros procuram diretrizes, preocupados em traçar caminhos exteriores...
Estimariam receber
do plano espiritual sugestões diretas que os elevassem ás culminâncias da
vitória fácil. Desejariam reajustar os negócios que lhes dizem respeito,
modificar intempestivamente a atitude mental de pessoas queridas, penetrar o
segredo das circunstâncias improvisadas na aplicação do livre-arbítrio alheio,
à custa de pareceres dos irmãos desencarnados, habitantes de outros círculos.
Entretanto,
indivíduo algum fugirá à experiência, cuja função é ensinar e melhorar sempre.
Em face de
semelhante realidade, qualquer orientação sem base na harmonia íntima não
passará de simples jogo de palavras, no serviço, muita vez louvável e benéfico,
da contemporização.
O homem renovado
para o bem é a garantia substancial da felicidade humana. Eis por que, antes de
tudo, é imprescindível o engrandecimento do ser, diante da vida e do Universo,
invariavelmente tocados, nos menores ângulos, pelas maravilhas divinas.
Como orientar
acontecimentos, conduzir providências, controlar manifestações ou harmonizar
elementos para determinados fins, sem equilíbrio na fonte de efeitos, situações
e ocorrências, sediada em nós mesmos?
O indígena
transportado a um palácio de cultura moderna, de modo algum, poderá exigir que
a Civilização regresse à taba para satisfazer-lhe a compreensão deficiente,
cabendo-lhe, ao contrário, o dever de educar-se a fim de entender o progresso
do mundo.
O astrônomo,
chumbado ao solo do Planeta, não solicitará às estrelas o abandono da rota que
as leis cósmicas lhes assinalam no campo infinito, competindo-lhe a obrigação
de aprimorar os aparelhos de óptica, de maneira a alcançar seus objetivos, ante
a grandeza celeste.
Seria infantilidade
fustigar moscas sobre o toco infeccioso, a pretexto de sanar o mal. Determina a
lógica a extinção daquele.
O homem, herdeiro do
Céu, refletirá sempre a Paternidade Divina, no nível em que se encontra.
Fujamos, assim, aos
velhos propósitos de conseguir veludoso acesso aos benefícios baratos.
Inegável o
imperativo da colaboração na jornada evolutiva.
Em todos os
departamentos do Universo, conheceremos benfeitores e beneficiados. A própria
hierarquia, para ser bem vivida, fundamentar-se-á em princípios de
solidariedade.
No entanto, se não é
lícito menosprezar o favor, não devemos viciar a proteção.
É compreensível o
socorro sistemático á plantinha tenra, como é natural a escora destinada ao
vegetal benfeitor sobrecarregado de trutas. Nós outros, porém, afeitos a
revelação da imortalidade, não somos detentores senão de conhecimentos
puramente embrionários e estamos longe da superprodução nos setores do bem.
Somos Espíritos humanos distanciados da inexperiência original, mas baldos de
virtudes, sob a justa necessidade de iluminar a consciência, aprimorar
sentimentos e aperfeiçoar qualidades individuais, para que não estejamos
recebendo, em vão, as bênçãos do Senhor.
EMMANUEL
Pedro Leopoldo, 18
de junho de 1947
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