Boa tarde queridos amigos! No dia 11 de Novembro de 2014, foi abordado no grupo de estudos de iniciantes o tema: "Reencarnação". Segue o texto que foi estudado.
“A alma, depois de residir temporariamente no Espaço, renasce na
condição humana,
trazendo consigo a herança, boa ou má, do seu passado; (...)
reaparece na cena terrestre para (...) pagar as dívidas que contraiu,
conquistar novas capacidades que lhe hão de facilitar a ascensão, acelerar a
marcha para a frente.
A lei dos renascimentos explica e completa o princípio da
imortalidade. (...)” (06)
Não se pode compreender que o Espírito, destinado à perfeição,
consiga realizar toda
sorte de progresso numa só existência física. Os próprios fatos do
dia-a-dia rejeitam tal idéia.
“(...) Devemos ver na pluralidade das vidas da alma a condição
necessária de sua educação e de seus progressos. É à custa dos próprios
esforços, de suas lutas, de seus sofrimentos, que ela se redime de seu estado
de ignorância e de inferioridade e se eleva, de degrau a degrau, (...)“ a
caminho das inúmeras habitações do Universo. (06)
“(...) Cada um leva para a outra vida e traz, ao nascer, a semente
do passado. (...)” (07)
Somos hoje o resultado das experiências vividas no passado, como
seremos amanhã, o produto das nossas ações de hoje.
“(...) Nem todas as almas têm a mesma idade, nem todas subiram com
o mesmo passo
seus estádios evolutivos. Umas percorreram uma carreira imensa e
aproximaram-se já do apogeu dos progressos terrestres; outras mal começam o seu
ciclo de evolução no seio das humanidades. Estas são as almas jovens, emanadas
há menos tempo do Foco Eterno. (...)
Chegadas à humanidade, tomarão lugar entre os povos selvagens ou
entre as raças bárbaras que povoam os continentes atrasados, as regiões
deserdadas do Globo. E, quando, afinal, penetram em nossas civilizações ainda
facilmente se deixam reconhecer pela falta de desembaraço, de jeito, pela sua
incapacidade para todas as coisas e, principalmente, pelas suas paixões violentas
(...)” (08)
“(...) Assim, no encadeamento das nossas estações terrestres,
continua e completa-se a
obra grandiosa de nossa educação, o moroso edificar de nossa
individualidade, de nossa personalidade moral. É por essa razão que a alma tem
de encarnar sucessivamente nos meios mais diversos, em todas as condições
sociais;” (09) é passando alternadamente pelas vidas de pobreza ou riqueza,
pelas experiências de renúncias e de trabalho, que irá compreendendo a
transitoriedade dos bens materiais e desenvolvendo valores espirituais
superiores. “(...) São necessárias as existências de estudo, as missões de
dedicação, de caridade, por via das quais se ilustra a inteligência e o coração
se enriquece com a aquisição de novas qualidades; virão depois as vidas de
sacrifício pela família, pela pátria, pela Humanidade. (...)” Ocorrerão por certo,
existências onde o orgulho e o egoísmo serão abafados através das provas
dolorosas de resgate do passado de erros.
Assim se define, pois, a pluralidade das existências, ou
reencarnação, ou palingenesia.
É uma lei natural, necessária ao aperfeiçoamento humano.
“A reencarnação fazia parte dos dogmas dos judeus, sob o nome de
ressurreição. Só os
saduceus (seita judia, formada por volta do ano 248 a.C., fundada
por Sadoc), cuja crença era a de que tudo acaba com a morte, não acreditavam
nisso. (...)” (03)
Os judeus não tinham idéias precisas a respeito do mecanismo da
ligação da alma ao
corpo e mesmo sobre a imortalidade do Espírito.
“(...) Criam eles que um homem que vivera podia reviver, sem
saberem precisamente
de que maneira o fato poderia dar-se. Designavam pelo termo ressurreição
o que o Espiritismo, mais judiciosamente, chama reencarnação. Com
efeito, a ressurreição dá idéia de voltar à vida o corpo que já está
morto, o que a Ciência demonstra ser materialmente impossível, sobretudo quando
os elementos desse corpo já se acham desde muito tempo dispersos e absorvidos.
A reencarnação é a volta da alma ou Espírito à vida corpórea, mas e
outro corpo especialmente formado para ele e que nada tem de comum com o
antigo. A palavra ressurreição podia assim aplicar-se a Lázaro, mas não a
Elias, nem aos outros profetas. (03) “A idéia de que João Batista era o
Espírito de Elias reencarnado, tornou-se tão firme nos discípulos de Jesus, que
não admitiam absolutamente dúvida a respeito. E é de notar que o Senhor não
dissuadiu seus discípulos desse pensamento; ao contrário, confirmou-o
categoricamente:
“Se vós quereis compreender, João Batista é o Elias que há de vir”.
(Mateus: 11,
14 é 15)” (10)
Quando Jesus disse a Nicodemos: “Em verdade, em verdade, digo-te:
Ninguém pode
ver o reino de Deus se não nascer de novo” e ante a estranheza do
senador dos judeus de como tal situação poderia ocorrer: Como pode isso
fazer-se? Jesus replicou como que surpreendido:
“És mestre em Israel e ignoras estas coisas? Digo-te em verdade,
que não dizemos
senão o que sabemos e que não damos testemunho, senão do que temos
visto. Entretanto, não aceitas o nosso testemunho — Mas, se não me credes,
quando vos falo das coisas da Terra, como me crereis, quando vos fale das
coisas do céu?” (João, 3: 1 a 12), quis mostrar que a crença na reencarnação é
um ensinamento óbvio, natural, inerente à evolução do próprio homem.
Jesus ensinou a Doutrina das vidas sucessivas a Nicodemos, pregando-a
a toda a Humanidade, porque somente através da reencarnação, o homem sabe quem
é, donde veio e para aonde vai.
“Não há, pois, dúvidas de que, sob o nome de ressurreição, o
princípio da reencarnação
era ponto de uma das crenças fundamentais dos judeus, ponto que
Jesus e os profetas confirmaram de modo formal; donde se segue que negar a
reencarnação é negar as palavras do Cristo. (...)” (04)
Não encarnamos e reencarnamos apenas no planeta Terra; “não; vivemo-las
em diferentes mundos. As que aqui passamos não são as primeiras, nem as
últimas; são, porém, das mais materiais e das mais distantes da perfeição.”
(01)
“A bem dizer, a encarnação carece de limites precisamente
traçados, se tivermos em
vista apenas o envoltório que constitui o corpo do Espírito, dado
que a materialidade desse envoltório diminui à proporção que o Espírito se
purifica. Em certos mundos mais adiantados do que a Terra, já ele é menos
compacto, menos pesado e menos grosseiro e, por conseguinte, menos sujeito a
vicissitudes. Em grau mais elevado, é diáfano e quase fluídico. Vai desmaterializando-se
de grau em grau e acaba por se confundir com o perispírito. (...)” (05)
A constituição do perispírito está em função da natureza de cada
mundo.
“(...) O próprio perispírito passa por transformações sucessivas.
Torna-se cada vez
mais etéreo, até à depuração completa, que é a condição dos puros
Espíritos. (...)” (05)
A encarnação, tal como ocorre na Terra, é a mesma que se observa
nos mundos inferiores. Nos mundos superiores, onde só imperam o sentimento de
fraternidade e estando os seus habitantes livres das paixões grosseiras que
ocorrem em mundos atrasados, os Espíritos gozam de uma encarnação bem mais
feliz e nenhum temor têm da morte. “(...) A duração da vida, nos diferentes
mundos, parece guardar proporção com o grau de superioridade física e moral de
cada um, o que é perfeitamente racional. Quanto menos material o corpo, menos
sujeito às vicissitudes que o desorganizam. Quanto mais puro o Espírito, menos
paixões a dominá-lo. É essa ainda uma graça da Providência, que desse modo abrevia
os sofrimentos.” (02)
* * *
FONTES DE CONSULTA
01 - KARDEC, Allan. Da Pluralidade das Existências. In: O Livro
dos Espíritos. Trad. de
Guillon Ribeiro. 75. ed. Rio de Janeiro, FEB, 1994. Perg. 172,
pág. 122.
02 - Comentário à perg. 182, págs. 125-126.
03 - Ninguém poderá ver o reino de Deus se não nascer de novo. In:
O Evangelho Segundo o
Espiritismo. Trad. de Guillon Ribeiro. 111. ed. Rio de Janeiro,
FEB, 1995. Item 4, pág. 84.
04 - Item 16, pág. 89.
05 - Item 24, págs. 93-94.
06 - DENIS, Léon. As Vidas Sucessivas. A Reencarnação e Suas Leis.
In: O Problema do
Ser. do Destino e da Dor. 16. ed. Rio de Janeiro, FEB, 1991. Pág.
163.
07 - Pág. 165.
08 - Pág. 166.
09 - Pág. 167.
10 - SAYÃO, Antônio Luiz. In: Elucidações Evangélicas. 10. ed. Rio
de Janeiro: FEB, 1995.
Págs. 258-260.
Texto Extraído do Programa II do ESDE Editado Pela FEB
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