Grupo intermediário
Data da reunião: 09/09/2014
Texto retirado da apostila do ESDE volume III Das Leis Morais

É que Deus, em Seus
sábios desígnios, não nos fez perfeitos, fez-nos perfectíveis; assim, para
atingirmos a perfeição a que estamos destinados, todos precisamos uns dos
outros, pois não há como desenvolver e burilar nossas faculdades intelectuais e
morais senão no convívio social, nessa permuta constante de afeições,
conhecimentos e experiências, sem a
qual a sorte de
nosso espírito seria o embrutecimento e a estiolação.
Sendo o fim supremo
da sociedade promover o bem-estar e a felicidade de todos os que a compõem,
para que tal seja alcançado há necessidade de que cada um de nós observe certas
regras de procedimento ditadas pela Justiça e pela Moral, abstendo-se de tudo
que as possa destruir. (...)” (03)
“(...) Homem nenhum
possui faculdades completas. Mediante a união social é que elas umas às outras
se completam, para lhe assegurarem o bem-estar e o progresso. Por isso é que,
precisando uns dos outros, os homens foram feitos para viver em sociedade e não
insulados.”
(02)
“O homem,
inquestionavelmente, é um ser gregário, organizado pela emoção para a vida em
sociedade.
O seu insulamento, a
pretexto de servir a Deus, constitui uma violência à lei natural, caracterizando-se
por uma fuga injustificável às responsabilidades do dia-a-dia.” (04)
“A vivência cristã
se caracteriza pelo clima de convivência social em regime de fraternidade, no
qual todos se ajudam e se socorrem, dirimindo dificuldades e consertando
problemas.
Viver o Cristo é
também conviver com o próximo, aceitando-o conforme suas imperfeições, sem
constituir-lhe fiscal ou pretender corrigi-lo, antes acompanhando-o com
bondade, inspirando-o ao despertamento e à mudança de conduta de motu proprio.
(...)
Isolar-se, portanto,
a pretexto de servir ao bem não passa de uma experiência na qual o egoísmo predomina, longe
da luta que forja heróis e constrói os santos da abnegação e da caridade.” (05)
* * *
ESDE
Estudo Sistematizado
da Doutrina Espírita
Programa III
Unidade 4
Sub-unidade 1
ANEXO 1
SOCIABILIDADE (*)
“O homem é um animal
social”, já o dizia, com acerto, famoso pensador da Antigüidade, querendo com
isso significar que ele foi criado para viver, ou melhor, conviver com seus semelhantes.
A sociabilidade é
instintiva e obedece a um imperativo categórico da lei do progresso que rege a
Humanidade.
É que Deus, em Seus
sábios desígnios, não nos fez perfeitos, fêz-nos perfectíveis; assim, para
atingirmos a perfeição a que estamos destinados, todos precisamos uns dos
outros, pois não há como desenvolver e burilar nossas faculdades intelectuais e
morais senão no convívio social, nessa permuta constante de afeições,
conhecimentos e experiências, sem a
qual a sorte de
nosso espírito seria o embrutecimento e a estiolação.
Sendo o fim supremo
da sociedade promover o bem-estar e a felicidade de todos os que a compõem,
para que tal seja alcançado há necessidade de que cada um de nós observe certas
regras de procedimento ditadas pela Justiça e pela Moral, abstendo-se de tudo
que as possa destruir.
Com efeito, a boa
ordem na sociedade depende das virtudes humanas. À medida que nos formos
esclarecendo, tomando consciência de nossos deveres para com nós mesmos (amor
ao trabalho, senso de responsabilidade, temperança, controle emocional etc.) e
para
com a comunidade de
que somos parte integrante (cortesia, desprendimento, generosidade, honradez,
lealdade, tolerância, espírito público etc.), cumprindo-os à risca, menores e
menos freqüentes se irão tornando os atritos e conflitos que nos afligem; mais
estável será a paz e
mais deleitável a
harmonia que devem reinar em seu seio.
A par disso, para
que a sociedade funcione e possa corresponder à sua finalidade, um outro
princípio existe que precisa, também, ser observado: o da autoridade.
No menor tipo de
sociedade que se conhece, o lar, por exemplo, se aquele que a deve exercer, o
chefe de família, não recebe da parte da mulher e dos filhos o acatamento e a
obediência devidos, a anarquia toma conta da casa, com sérios prejuízos para
todos os familiares.
Na sociedade civil
acontece o mesmo. Se os indivíduos e os grupos não derem correto
atendimento às
normas traçadas pelo governo (que deles recebeu delegação de poderes para dirigir
os destinos do Estado), antes as infrinjam ou desobedeçam, a desordem não
tardará a fazer-se senhora da situação, resultando nulas as medidas propostas
no sentido de progresso
social.
Um e outro — chefe
de família e governo — não devem, porém, exorbitar de suas funções, seja
impondo uma sobrecarga de obrigações aos que estejam subordinados à sua
jurisdição, seja frustrando-lhes o gozo de seus direitos individuais, porque
isso, então, já não seria autoridade, e sim tirania, despotismo.
Estes conceitos,
ampliados, são válidos igualmente para a sociedade natural, formada pelo
concerto das nações, cujos membros devem respeitar-se e auxiliar-se mutuamente,
tudo fazendo pela concórdia entre os povos e a prosperidade universal, porque,
interdependentes
que são, sempre que
alguns componentes do cosmo social entrem em guerra ou se vejam a braços com
crises econômicas, todos haveremos, de uma forma ou de outra, de sofrer-lhes as
danosas conseqüências.
Uma vez que a vida
social é uma necessidade geral, que pensar daqueles que se isolam completamente,
fugindo (segundo dizem) ao pernicioso contacto do mundo?
Pela Doutrina
Espírita, tal procedimento revela forte dose de egoísmo e só merece reprovação,
visto que “não pode agradar a Deus uma vida pela qual o homem se condena a não ser
útil a ninguém”.
Já aqueles que se
afastam do bulício citadino, buscando no retiro a tranqüilidade reclamada por
certa natureza de ocupação, assim os que se recolhem a determinadas
instituições fechadas para se dedicarem, amorosamente, ao socorro dos
desgraçados, obviamente, embora
afastados da
convivência social, prestam excelentes serviços à sociedade, adquirindo duplos méritos,
porquanto, além da renúncia às satisfações mundanas, têm a seu favor a prática das
leis do trabalho e da caridade cristã.
(*) CALLIGARIS,
Rodolfo. In:. As Leis Morais. 6. ed Rio [de Janeiro]: FEB, 1991.
ANEXO 02
INTERCÂMBIO SOCIAL (*)
O
homem, inquestionavelmente, é um ser gregário, organizado pela emoção para a
vida em sociedade.
O seu insulamento, a
pretexto de servir a Deus, constitui uma violência à lei natural, caracterizando-se
por uma fuga injustificável às responsabilidades do dia-a-dia.
Graças à dinâmica da
atualidade, diminuem as antigas incursões ao isolacionismo, seja nas regiões
desérticas para onde o homem fugia a buscar meditação, seja no silêncio das clausuras
e monastérios onde pensava perder-se em contemplação.
O Cristianismo
possui o extraordinário objetivo de criar uma sociedade equilibrada, na qual
todos os seus membros sejam solidários entre si.
“Negar o mundo” do
conceito evangélico, não significa abandoná-lo, antes criar condições novas, a
fim de modificar-lhe as estruturas negativas e egoísticas, engendrando recursos
que o transformem em reduto de esperança, de paz, perfeito símile do “reino dos
céus”, a que se reportava Jesus.
A vivência cristã se
caracteriza pelo clima de convivência social em regime de fraternidade, no qual
todos se ajudam e se socorrem, dirimindo dificuldades e consertando problemas.
Viver o Cristo é
também conviver com o próximo, aceitando-o conforme suas imperfeições, sem
constituir-lhe fiscal ou pretender corrigi-lo, antes acompanhando-o com
bondade, inspirando-o ao despertamento e à mudança de conduta de motu proprio.
A reforma pessoal de
alguém inspira confiança, gera simpatia, modifica o meio e renova os cômpares
com quem cada um se afina.
Isolar-se, portanto,
a pretexto de servir ao bem não passa de uma experiência na qual o egoísmo
predomina, longe da luta que forja heróis e constrói os santos da abnegação e
da caridade.
*
Criaturas bem
intencionadas sonham com comunidades espiritualizadas, perfeitas, onde se possa
viver em regime da mais pura santificação.
Assim tocadas
programam colméias, organizam comitês para tal fim, e os mais ambiciosos laboram
por cidades onde o mal não exista e todos se amem...
Em verdade, tal
ambição, por enquanto impraticável, senão totalmente irrealizável, representa uma
reminiscência ancestral das antigas comunidades religiosas onde o atavismo criou
necessidades de elevação num mundo especial, longe das realidades objetivas
entre os homens em evolução.
Jesus, porém,
deu-nos o exemplo.
Desceu das Regiões
Felizes ao vale das aflições, a fim de ajudar.
Não convocou os
privilegiados, antes convidou os infelizes, os rebeldes e rejeitados, suportando
suas mazelas e assim mesmo os amando.
No Colégio íntimo
esteve a braços com as sistemáticas dúvidas dos amigos, suas ambições infantis,
suas querelas frívolas, suas disputas...
Não se afastou
deles, embora suas imperfeições, não se rebelou contra eles.
Ajudou-os,
incansavelmente, até os momentos extremos, quando, sofrendo, no Getsêmani, surpreendeu-os,
mais de uma vez, a dormir...
E retornou ao
convívio deles, quando atemorizados, a sustentá-los e animá-los, a fim de que
não deperecessem na fé, nem na dedicação em que se fizeram mais tarde dignos do
seu Mestre, em face dos testemunhos libertadores a que se entregaram...
*
Atesta a tua
confiança no Senhor e a excelência da tua fé mediante a convivência com os
irmãos mais inditosos do que tu mesmo.
Sê-lhes a lâmpada
acesa a clarificar-lhes a marcha. Nada esperes dos outros.
Sê tu quem ajuda,
desculpa, compreende.
Se eles te enganam
ou te traem, se censuram-te ou exigem-te o que te não dão, ama-os mais,
sofre-os mais, porquanto são mais carecentes de socorro e amor do que supões.
Se conseguires
conviver pacificamente com os amigos difíceis e fazê-los companheiros, terás
logrado êxito, porquanto Jesus em teu coração estará sempre refletido no trato,
no intercâmbio social com os que te buscam e com os quais ascendes na direção
de Deus.
(*) FRANCO, Divaldo
Pereira. In: Leis Morais da Vida. Pelo Espírito Joanna de Ângelis. 6.
ed. Salvador, BA:
LEAL, 1994. Págs. 123-125.
FONTES DE CONSULTA
01 - KARDEC, Allan.
Da Lei de Sociedade. In: O Livro dos Espíritos. Trad. De Guillon
Ribeiro. 76 ed. Rio
de Janeiro: FEB, 1995. Pergunta 766. pág. 359.
02 - Comentário à
perg. 768, pág. 359.
03 - GALLIGARIS,
Rodolfo. Sociabilidade. In: As Leis Morais. 6. ed. Rio de Janeiro:
FEB, 1991. Págs.
107-108.
04 - FRANCO, Divaldo
Pereira. Intercâmbio Social. In: Leis Morais da Vida. Pelo Espírito
Joanna de Ângelis.
6. ed. Salvador, BA: LEAL, 1994, pág 123.
05 - Pág. 124.
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