Boa tarde queridos irmãos! No dia 24 de setembro de 2014, iniciamos o estudo do tema Vida de Isolamento. Voto de silêncio. O tema foi abordado com o nosso grupo de estudos intermediário e segue o texto abordado:

A criatura humana,
pela sua estrutura ético-psicológica, é dotada por Deus de sentimentos e
emoções, que a obrigam e a impelem para a vida social. “(...) Deus fez o homem para
viver em sociedade (...)” (01); e para isto foi-lhe outorgado o atributo da
palavra que é o veículo da comunicação entre os encarnados.
O homem sendo, por
excelência, um ser gregário, um animal social, como há milênios,
já apregoava a
filosofia Aristotélica, na velha Grécia, não pode viver isoladamente.
A vida solitária (por
opção) revela sempre uma fuga inconcebível, porque indica infração às leis
divinas do trabalho e do amor, O insulamento é incompatível com o sentimento de
fraternidade que deve existir nos corações humanos.
Não sendo o homem
dotado, inicialmente, de auto-suficiência, condição conseguida
pelo trabalho e
progresso, ele é dependente do seu semelhante. As faculdades humanas não estão
desenvolvidas no mesmo grau e, segundo Deolindo Amorim, há necessidade de
viverem uns pelos outros e para os outros, tendo como ponto convergente o bem
comum.
O insulamento é
contrário à lei da Natureza, por isso que pelo próprio instinto o homem
busca a vida
comunitária de modo a concorrer para o progresso, através do auxílio recíproco.
A solidão torna o
homem improdutivo e inútil para os seus semelhantes e isto “(...)
não pode agradara
Deus (...).” (02)
A insociabilidade
gerando solidão atenta contra o próprio instinto de conservação e de
perpetuação da
espécie, entravando o progresso, razão por que somente embrutece e enfraquece o
homem, que a ela se devota ou se agarra como fuga.
Os cultores da vida
reclusa se estiolam pela improdutividade, pela estagnação quanto
às aquisições dos
tesouros da sabedoria e da experiência. Segundo os ensinamentos espíritas, isto
revela egoísmo e só merece reprovação. “(...) Não há como desenvolver e burilar
nossas faculdades intelectuais e morais senão no convívio social, nessa permuta
constante de afeições, conhecimentos e experiências, sem a qual a sorte de
nosso Espírito seria o embrutecimento e a estiolação. (...)” (06)
O voto de silêncio
adotado por alguns religiosos, nada edifica, porquanto impede a comunicação entre
os seres vivos, o que, em última análise, como sustentam os Espíritos
Superiores “é uma tolice (03). A palavra é (uma) faculdade natural (03)
concedida ao homem por Deus, para (...) facultar ocasiões de fazer o bem e de
cumprir a lei do progresso”. (03)
Se Deus quisesse
silenciar as suas criaturas pensantes, não lhes teria conferido o dinâmico atributo
da palavra e maravilhoso veículo para expressar as idéias elaboradas pelas suas
mentes.do da Doutrina Espírita
Programa IIIidade 4
Sub-unidade 2
Devemos considerar,
no entanto, que existem ocasiões onde o silêncio é necessário.
São aqueles momentos
de recolhimento espiritual, onde o Espírito, mais livre, entra em contacto com
o seu Criador e com os Seus enviados; fora disto, a vida contemplativa é
inteiramente improdutiva e não há motivos que a justifiquem.
Neste sentido, um
Espírito protetor alertou-nos: “(...) Não julgues, todavia, que, exortando vos
incessantemente à prece e á evocação mental, pretendamos vivais uma vida
mística, que vos conserve fora das leis da sociedade onde estais condenados a
viver. Não; vivei com os homens da vossa época, como devem viver os homens.
Sacrificai às vossas necessidades, mesmo às frivolidades do dia, mas sacrificai
com um sentimento de pureza que as possa santificar.
Sois chamados a estar
em contacto com Espíritos de naturezas diferentes, de caracteres
opostos: não choqueis
a nenhum daqueles com quem estiverdes. (...)
Não consiste a
virtude em assumirdes severo e lúgubre aspecto, em repelirdes os prazeres que
as vossas condições humanas vos permitem. Basta reporteis todos os atos da
vossa vida ao Criador que vo-la deu (...).” (04)
* * *
FONTES DE CONSULTA
01 - KARDEC, Allan.
Da Lei de Sociedade. In: In: O Livro dos Espíritos. Trad. De Guillon
Ribeiro. 76 ed. Rio
de Janeiro: FEB, 1995. Pergunta 766. pág. 359.
02 - Perg. 769, pág.
360.
03 - Perg. 772 e
comentário. Págs. 360-631.
04 - Sede Perfeitos..
In: O Evangelho Segundo o Espiritismo. Trad. De Guillon Ribeiro.
112 ed. Rio de
Janeiro: FEB, 1996. Item 10. pág. 282.
05 - AMORIM,
Deolindo. A Doutrina Espírita. 1966. Pág. 147.
06 - GALLIGARIS,
Rodolfo. Sociabilidade. In: As Leis Morais. 6. ed. Rio de Janeiro:
FEB, 1993. Págs. 107.
07 - FRANCO, Divaldo
Pereira. Intercâmbio Social. In: Leis Morais da Vida. Pelo Espírito
Joana de Ângelis. 6.
ed. Salvador, BA: LEAL, 1994. Pág. 123.
Texto Extraído do Programa III do ESDE
Editado Pela FEB
Nenhum comentário:
Postar um comentário