quarta-feira, 29 de outubro de 2014

MARCHA DO PROGRESSO - 1ª PARTE


Boa tarde irmãos! Junto ao nosso grupo de estudos intermediário, demos inicio no dia 05 de Agosto de 2014, ao estudo do tema Marcha do Progresso. Segue o texto que foi proposto a nossa turma.

“(...) O progresso pode ser comparado ao amanhecer. Mesmo demorando aparentemente

culmina por lograr êxito.

A ignorância, travestida pela força e iludida pela falsa cultura, não poucas vezes se há

levantado, objetivando criar embaraços ao desenvolvimento dos homens e dos povos (...).

Inevitavelmente ele chega, altera a face e a constituição do que encontra pela frente e

desdobra recursos, fomentando a beleza, a tranqüilidade, o conforto, a dita. (...)” (10)

Esta é a marcha do progresso: inexoravelmente erguerá o homem do solo das imperfeições,

em que ainda se detém, para a sua gloriosa destinação: a perfeição.

Há dois tipos de progresso: o intelectual e o moral: “(...) O homem se desenvolve por

si mesmo, naturalmente. Mas, nem todos progridem simultaneamente e do mesmo modo.

Dá-se então que os mais adiantados auxiliam o progresso dos outros, por meio do contacto

social. (...)” (03)

O progresso moral nem sempre acompanha o progresso intelectual. Geralmente os indivíduos

e os povos adquirem maior progresso científico e, mais lentamente, se moralizam.

Com o aumento do discernimento entre o bem e o mal, pelo desenvolvimento do livrearbítrio,

cresce no ser humano a noção de responsabilidade no pensar, falar e agir. (...) O desenvolvimento

do livre-arbítrio acompanha o da inteligência e aumenta a responsabilidade

dos atos. (...)” (04)

“(...) O desenvolvimento intelectual não implica a necessidade do bem. Um Espírito,

superior em inteligência, pode ser mau. Isso se dá com aquele que muito tem vivido sem se

melhorar: apenas sabe.”(02) Por isto encontramos entre nações tecnicamente adiantadas tantas

injustiças sociais: falta a moralização dos seus componentes humanos.

“Somente o progresso moral pode assegurar aos homens a felicidade na Terra, refreando

as paixões más; somente esse progresso pode fazer que entre os homens reinem a concórdia,

a paz, a fraternidade. (...)” (07)

No século em que vivemos, houve grandes avanços nos diversos campos do conhecimento

humano, mas o “(...) progresso moral se acha muito aquém do fabuloso progresso intelectual

a que chegou, e daí porque prevalece, em nossos dias, uma ciência sem consciência,

valendo-se, não poucos. de suas aquisições culturais, apenas para a prática do mal. (...)” (08)

Mais cedo ou mais tarde os resultados do mau uso do livre-arbítrio e da inteligência

recairão sobre os homens, através da lei de causa e efeito e, trabalhados pela dor, os homens

ganharão experiências e entendimento para se equilibrarem e continuarem suas jornadas evolutivas.studo Sistematizado da Doutrina Espírita

“Amor e o conhecimento são as asas harmoniosas para o progresso do homem e dos

povos, progresso que, não obstante as paixões nefastas ainda predominantes na natureza animal

do homem, será impossível de ser alcançado.” (09)

Os maiores obstáculos à marcha do progresso moral são, sem sombra de dúvidas, o

orgulho e o egoísmo. “(...) A primeira vista, parece mesmo que o progresso intelectual reduplica

a atividade daqueles vícios, desenvolvendo a ambição e o gosto das riquezas, que, a seu

turno, incitam o homem a empreender pesquisas que lhe esclarecem o Espírito. Assim é que

tudo se prende, no mundo moral, como no mundo físico, e que do próprio mal pode nascer o

bem. Curta, porém, é a duração desse estado de coisas, que mudará à proporção que o homem

compreender melhor que, além da que o gozo dos bens terrenos proporciona, uma felicidade

existe maior e infinitamente mais duradoura. (...)” (05)

FONTES DE CONSULTA

01 - KARDEC, Allan. Da volta do Espírito à vida corporal. ln:_. O Livro dos Espíritos.

Trad. de Guillon Ribeiro. 76. ed. Rio [de Janeiro]: FEB, 1995. Perg. 365, págs. 203-204.

02 - Da Lei de Destruição. In:_. O Livro dos Espíritos. Trad. de Guillon Ribeiro. 76. ed.

Rio [de Janeiro]: FEB, 1995. Perg. 751, pág. 353.

03 - Da Lei do Progresso. In:. O Livro dos Espíritos. Trad. de Guillon Ribeiro. 76. ed. Rio

[de Janeiro]: FE6, 1995. Perg. 779, pág. 363.

04 - Perg. 780, págs. 363-364.

05 - Perg. 785, pág. 365.

06 - Comentário à perg. 785, pág. 366.

07 - São Chegados os Tempos. In:. A Gênese. Trad. de Guillon Ribeiro. 35. ed. Rio [de Janeiro]:

FEB, 1992. Item 19, pág. 414.

08 - CALLIGARIS, Rodolfo. A Lei de Progresso. In:. As Leis Morais. 6. ed. Rio [de Janeiro]:

FEB, 1991. Pág. 120.

09 - FRANCO, Divaldo Pereira. Diante do Progresso. ln:_. Leis Morais da Vida. Pelo Espírito

Joanna de Ângelis. 6. ed. Salvador, BA: LEAL, 1994. Pág. 145.

10 - Progresso. In:. Estudos Espíritas. Pelo Espírito Joanna de Ângelis. 6. ed. Rio [de Janeiro]:

FEB, 1995. Pág. 79.

terça-feira, 28 de outubro de 2014

O PRINCÍPIO DE AÇÃO E REAÇÃO


Boa tarde amigos! No dia 23 de Julho de 2014 iniciamos o estudo do tema Ação e Reação com o nosso grupo de estudos intermediário. Segue o texto que foi abordado com a turma.

“A liberdade é a condição necessária da alma humana que, sem ela, não poderia construir

seu destino. (...)” (08) Apesar da liberdade do homem parecer, à primeira vista, muito restrita pelas próprias limitações das condições físicas, sociais ou interesses de cada um, na realidade, sempre podemos contornar tais obstáculos e agir da maneira que mais nos pareça acertada.

“(...) A liberdade e a responsabilidade são correlativas no ser e aumentam com sua elevação;

é a responsabilidade do homem que faz sua dignidade e moralidade. Sem ela, não seria

ele mais do que autômato, um joguete das forças ambientes. (...)” (08)

Quando resolvemos fazer ou deixar de fazer alguma coisa, a nossa consciência sempre nos alerta a respeito, aprovando-nos ou censurando-nos. Apesar da voz íntima nos alertar, sempre usamos o que foi decidido pela nossa vontade ou livre-arbítrio. Nada nos coage nos momentos de decisões próprias, daí ser correto afirmar que somos responsáveis pelos nossos atos. Somos os construtores do nosso destino.

Livre-arbítrio é, pois, definido como “a faculdade que tem o indivíduo de determinara sua própria conduta”, ou, em outras palavras, a possibilidade que ele tem de, “entre duas ou

mais razões suficientes de querer ou de agir, escolher uma delas e fazer que prevaleça sobre

as outras. (...)” (07)

Aceitar a vida guiada por um determinismo onde todos os acontecimentos estão fatalmente

pré-estabelecidos, é raciocinar de uma maneira muito ingênua, senão simplória;

porque, se assim fosse, o homem não seria um ser pensante, batalhador, capaz de tomar resoluções e de interferir no progresso, seria apenas uma máquina robotizada, irresponsável, à

mercê dos acontecimentos.

“(...) Fatalidade existe unicamente pela escolha que o Espírito fez, ao encarnar, desta ou daquela prova para sofrer. (...)” (06) “(...) O livre-arbítrio, a livre vontade do Espírito exerce-se principalmente na hora das reencarnações. Escolhendo tal família, certo meio social, ele sabe de antemão quais são as provações que o aguardam, mas compreende, igualmente, a necessidade destas provações para desenvolver suas qualidades, curar seus defeitos, despir seus preconceitos e vícios. Estas provações podem ser também conseqüências de um passado nefasto, que é preciso reparar, e ele aceita-as com resignação e confiança. (...)

O futuro aparece-lhe então, não em seus pormenores, mas em seus traços mais salientes,

isto é, na medida em que esse futuro é a resultante de atos anteriores. Estes atos representam

a parte de fatalidade ou “a predestinação que certos homens são levados a ver em todas as vidas. (...)ado da Doutrina Espírita
rograma II

Unidade 4

Sub-unidade 2

Na realidade, nada há de fatal e, qualquer que seja o peso das responsabilidades em que se tenha incorrido, pode-se sempre atenuar, modificar a sorte com obras de dedicação, de bondade, de caridade, por um longo sacrifício ao dever. (...)” (09)

Os acontecimentos diariamente observados na categoria de dores, que desarticulam o modo de viver, antes tão feliz; ou sob forma de tragédias, que produzem crises de angústia e de desespero; a doença que chega sem avisar, abatendo o ânimo e a coragem; as decepções com amigos ou as esperanças frustradas, a pobreza material a retratar-se na desnutrição, na orfandade, nos assaltos, tanta coisa, a se traduzir como aflições e infortúnios, poderá levar o homem, que desconhece as verdades espirituais, à loucura ou ao suicídio. Por isto, a Doutrina Espírita vem esclarecer que “de duas espécies são as vicissitudes da vida, ou, se o preferirem, promanam de duas fontes bem diferentes, que importa distinguir. Umas têm sua causa na vida presente; outras, fora desta vida.

“Remontando-se à origem dos males terrestres, reconhecer-se-á que muitos são conseqüência

natural do caráter e do proceder dos que os suportam.

Quantos homens caem por sua própria culpa! Quantos são vítimas de sua imprevidência, de seu orgulho e de sua ambição!

Quantos se arruínam por falta de ordem, de perseverança, pelo mau proceder, ou por não terem sabido limitar seus desejos! (...) Quantas doenças e enfermidades decorrem da intemperança e dos excessos de todo gênero!

Quantos pais são infelizes com seus filhos, porque não lhes combateram desde o princípio

as más tendências! (...)

A quem, então, há de o homem responsabilizar por todas essas aflições, senão a si mesmo? O homem, pois, em grande número de casos, é o causador de seus próprios infortúnios (...).” (01)

No entanto, sabemos que existem males que ocorrem sem que o homem tenha diretamente

culpa. São dores que têm origem em atos praticados noutras existências. “(...) Tal, por exemplo, a perda de entes queridos e a dos que são o amparo da família. Tais, ainda, os acidentes

que nenhuma previsão poderia impedir; os reveses da fortuna, que frustram todas as precauções aconselhadas pela prudência; os flagelos naturais, as enfermidades de nascença, sobretudo as que tiram a tantos infelizes os meios de ganhar a vida pelo trabalho: as deformidades, a idiotia, o cretinismo etc.

Os que nascem nessas condições, certamente nada hão feito na existência atual para merecer, sem compensação, tão triste sorte, que não podiam evitar (...).” (02) Não resta a menor dúvida que constituímos hoje, o produto das experiências vividas no passado. Não há sofrimento sem uma causa e efeito, ou ação e reação, que regem o nosso destino porque, se somos livres na semeadura, seremos escravos da colheita.

Deus nos permite, pelo livre-arbítrio, a responsabilidade de praticar o bem ou o mal, porém, a partir do momento que decidimos o que fazer, esta ação gera uma reação característica, que virá mais tarde sob a forma de colheita.

“(...) Assim se explicam pela pluralidade das existências e pela destinação da Terra, como mundo expiatório, as anomalias que apresenta a distribuição da ventura e da desventura entre os bons e os maus neste planeta. (...)” (03)


PRINCÍPIOS BÁSICOS DA DOUTRINA ESPÍRITA JUSTIÇA DIVINA

Questionário a ser respondido depois da leitura das questões n 843, 844, 846, 847, 850,

851 e 852 de O Livro dos Espíritos.

01. Não sendo o determinismo inflexível, os rumos da nossa existência terrena podem

ser alterados, aliviando ou agravando as nossas dores? Responda e justifique.

02. Explique, à luz do princípio da Ação e Reação, o que parece ser fatalidade.

03. Conceitue livre-arbítrio e fatalidade usando as informações do livro-texto.

04. Justifique de acordo com os conceitos de livre-arbítrio e fatalidade as desencarna

ções inesperadas, as epidemias, as hecatombes, os flagelos naturais (secas, enchentes,

pragas).

05. O livre-arbítrio, faculdade concedida por Deus ao homem, pode sofrer alterações?

Em outras palavras, o livre-arbítrio, isto é, capacidade de decidir, de escolher, pode

aumentar, diminuir ou é estacionária?

06. Qual a relação entre livre-arbítrio e responsabilidade?

FONTES DE CONSULTA

01 - KARDEC, Allan. Bem-aventurados os Aflitos. In:O Evangelho Segundo o Espiritismo.

Trad. de Guillon Ribeiro. 111. ed. Rio de Janeiro, FEB, 1995. Cap. V. Item 4, págs. 98-100.

02 - Item 6, págs. 101-102.

03 - Item 7, págs. 102.

04 - O Livro dos Espíritos. Trad, de Guillon Ribeiro. 75 ed. Rio de Janeiro, FEB. 1994.

Perg. 843, pág. 387.

05 - Perg. 844, pág. 388.

06 - Perg. 851, pág 390.

07 - CALLIGARIS, Rodolfo. O livre-arbítrio. In: As Leis Morais. 2. ed. Rio de Janeiro,

FEB, 1983. Pág. 151

08 - DENIS, Léon. O Livre-arbítrio. In: O Problema do Ser, do Destino e da Dor. 16ª ed. Rio

de Janeiro, FEB, 1991. Pág. 342-.

09 - Pág. 346.

quarta-feira, 22 de outubro de 2014

Lei de liberdade

Boa tarde queridos amigos!, em continuidade com nossos estudos, no dia 4 de junho de 2014 com o nosso grupo de estudos intermediário iniciamos o estudo do tema Lei de liberdade.


Liberdade é a faculdade que permite ao indivíduo decidir ou agir conforme sua própria vontade. Desta forma, o (...) homem é, por natureza, dono de si mesmo, isto é, tem o direito de fazer tudo

quanto achar conveniente ou necessário à conservação e ao desenvolvimento de sua vida. Essa liberdade, porém, não é absoluta, e nem poderia sê-lo, pela simples razão de que, convivendo em sociedade, o homem tem o dever de respeitar esse mesmo direito em cada um

de seus semelhantes.10

Para que o homem pudesse gozar de liberdade absoluta, seria necessário que ele vivesse isolado, como o eremita no deserto.

Desde que juntos estejam dois homens, há entre eles direitos recíprocos que lhes cumpre respeitar.1 A liberdade é, portanto, relativa, devendo ser adequada à liberdade do outro, pois a liberdade e o direito de uma pessoa terminam onde começam a liberdade

e o direito do outro.

A compreensão da lei de liberdade nos faz perceber que, para progredir, precisamos uns dos outros e que todos temos direitos recíprocos, que precisam ser respeitados, uma vez que qualquer prejuízo que provoquemos ao semelhante, em decorrência dos nossos atos, não ficará impune perante a Lei de Deus. É por esta razão que o ensinamento de Jesus de não fazer aos outros o que não gostaríamos que os outros nos fizessem (Mateus, 7:12) — ensinamento conhecido como regra de ouro — estabelece os limites da nossa liberdade e nos orienta como viver em sociedade, conforme os direitos e os deveres que nos cabem.

A lei de liberdade é bem compreendida quando aprendemos a fazer relação entre a liberdade de pensar e a liberdade de consciência. Como sabemos, a liberdade de pensar é plena no ser humano: No pensamento goza o homem de ilimitada liberdade, pois que não há como pôr-lhe peias. [...]4 Voando nas asas do pensamento, a mente espiritual reflete as próprias idéias e as idéias das mentes com as quais se afiniza, nos processos naturais de sintonia. Nos seres primitivos, [a mente] aparece sob a ganga do instinto, nas almas humanas surge entre as ilusões que salteiam a inteligência, e revela-se nos Espíritos Aperfeiçoados por brilhante precioso a

retratar a Glória Divina. Estudando-a de nossa posição espiritual, confinados que nos

achamos entre a animalidade e a angelitude, somos impelidos a interpretá-la como sendo o campo de nossa consciência desperta, na faixa evolutiva em que o conhecimento adquirido nos permite operar.13 Compreende-se, pois, que o pensamento tudo move, [...] criando e transformando, destruindo e refazendo para acrisolar e sublimar. [...]14 A consciência, nesse contexto, representa, como nos esclarecem os Espíritos da Codificação, um pensamento íntimo, que pertence ao homem, como todos os outros pensamentos.6 Ela é o [...] centro da personalidade, centro permanente, indestrutível, que persiste e se mantém através de todas as transformações do indivíduo. A consciência é não somente a faculdade de perceber, mas também o sentimento que temos de viver, agir, pensar, querer. É una e indivisível. [...]12

No entanto, à medida que os Espíritos evoluem, a consciência do bem e do mal está mais bem definida neles, de sorte que a liberdade de consciência, regulando as relações interpessoais, reflete [...] um dos caracteres da verdadeira civilização e progresso.7

A consciência, entendida como faculdade de estabelecer julgamentos morais ou juízos de valor, é um atributo pelo qual o homem pode conhecer e julgar sua realidade e a realidade do outro. Os julgamentos feitos pela consciência e as interpretações de atos e fatos do cotidiano apresentam limitações, visto que estão fundamentados em parâmetros morais que cada um estabelece para si. É ela fruto de experiências e crenças individuais, elaboradas no contexto cultural onde

a criatura humana está inserida, e que se manifesta de acordo com a evolução espiritual do ser. Assim, enquanto a liberdade de pensar é ilimitada, a liberdade de consciência sofre restrição, já que depende do nível evolutivo do Espírito.

A consciência não esclarecida pode alimentar idéias malsãs, gerar e provocar ações moral e eticamente abusivas, resultando na manifestação de sofrimentos e desarmonias para si mesma e para o próximo. Os embaraços à liberdade de consciência, a propagação de doutrinas perniciosas e a escravidão humana são exemplos de desvios provocados por Espíritos imperfeitos, dominados pelo orgulho e pelo egoísmo. Devemos agir com cautela quando condenamos as

ações, as idéias ou as crenças das pessoas, a fim de que não atentemos contra a liberdade de consciência. No entanto, é oportuno considerar que reprimir [...]

os atos exteriores de uma crença, quando acarretam qualquer prejuízo a terceiros, não é atentar contra a liberdade de consciência, pois que essa repressão em nada tira à crença a liberdade,  que ela conserva integral.8 Por outro lado, sempre que nos é possível, podemos e devemos trazer ao caminho da verdade os que se transviaram, servindo-nos, a exemplo de Jesus, da brandura e da persuasão e não da força.9

Como nos esclarecem os Espíritos superiores, se [...] alguma coisa se pode impor, é o bem e a fraternidade. Mas não cremos que o melhor meio de fazê-los admitidos seja obrar com violência. A convicção não se impõe.9

Outro abuso da manifestação da consciência é a escravidão, ou seja, a submissão da vontade, do cerceamento da liberdade de ir e vir, de agir e de pensar do ser. A escravidão, independentemente das formas em que se manifeste, é contrária à lei de Deus, porque é um abuso de força, mesmo quando faz parte dos costumes de um povo. É contrária à Natureza a lei  humana que consagra a escravidão, pois que assemelha o homem ao irracional e o degrada física e moralmente.2 A escravidão humana é um mal. E o [...] mal é sempre o mal e não há sofisma que faça se torne boa uma ação má. A responsabilidade, porém, do mal é relativa aos meios de que o homem disponha para compreendê-lo. Aquele que tira proveito da lei da escravidão é sempre culpado de violação da lei da Natureza.3

A despeito de todo sofrimento existente no Planeta, é certo que a Humanidade tem progredido,  ocorrendo uma preocupação mundial de valorizar a paz entre os povos e entre os indivíduos: De século para século, menos dificuldade encontra o homem para pensar sem peias e, a cada geração que surge, mais amplas se tornam as garantias individuais no que tange à inviolabilidade do foro íntimo.

[...] Nas dissensões religiosas, as chamas das fogueiras foram substituídas pelas luzes do esclarecimento, e na catequese filosófica ou política, estejamos certos, daqui para

o futuro, buscar-se-á empregar, cada vez mais, a força da persuasão ao invés da imposição pela força.11


Referência

Bibliográfica

1. KARDEC, Allan. O livro dos espíritos. Trad. de Guillon Ribeiro.

84. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2003. Questão 826, p. 383.

2. ______. Questão 829 – comentário – p. 384.

3. ______. Questão 830, p. 384.

4. ______. Questão 833, p. 385.

5. ______. Questão 834, p. 386.

6. ______. Questão 835, p. 386.

7. ______. Questão 837, p. 386.

8. ______. Questão 840 – comentário – p. 387.

9. ______. Questão 841, p. 387.

10. CALIGARIS, Rodolfo. As leis morais. 9. ed. Rio de Janeiro:

FEB, 2001, p. 148.

11. ______. p. 149-150.

12. DENIS, Léon. O Problema do ser, do destino e da dor. 27. ed. Rio

de Janeiro: FEB, 2004. Terceira parte, item 21, p. 323.

13. XAVIER, Francisco Cândido. Pensamento e vida. Pelo Espírito

Emmanuel. 12. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2002. Cap. 1,

p. 11-12.

14. ______. p. 12.

Evangelho no Lar

Boa tarde queridos irmãos! No dia 25 de maio de 2014, foi abordado o tema Evangelho no lar no nosso grupo de estudos intermediario, compartilhamos com todos o texto retirado a apostila do ESDE.



1. O Evangelho no lar é um ato de adoração a Deus


Os Espíritos Superiores nos esclarecem que a [...] prece é um ato de adoração. Orar a Deus é pensar nele; é aproximar-se dele; é pôrse em comunicação com ele.

A três coisas podemos propor-nos por meio da prece: louvar, pedir, agradecer 2. Nunca poderemos enumerar todos os benefícios da oração.

Toda vez que se ora num lar, prepara-se a melhoria do ambiente doméstico. Cada prece do coração constitui emissão eletromagnética de relativo poder. Por isso mesmo, o culto familiar do Evangelho não é tão-só um curso de iluminação interior, mas também processo avançado de defesa exterior, pelas claridades espirituais que acende em torno. O homem que ora traz consigo inalienável couraça.

O lar que cultiva a prece transformase em fortaleza [...] 10.

Sendo assim, a reunião ou culto do Evangelho no lar é uma [...] reunião da família em dia e hora certos, para estudo do Evangelho e oração em conjunto 3. Podemos dizer, em outras palavras, que é uma reunião familiar de estudo e reflexão dos ensinamentos

de Jesus, interpretados à luz da Doutrina Espírita, na qual se utiliza a prece como instrumento de ligação com o Senhor da Vida.

Nós, espíritas, entendemos que o [...] lar não é somente a moradia dos corpos, mas, acima de tudo, a residência das almas. O santuário doméstico que encontre criaturas amantes da oração e dos sentimentos elevados converte-se em campo sublime das mais belas florações e colheitas espirituais 9.

O Evangelho no lar é também considerado um ato de adoração a Deus porque não [...] há serviço da fé viva, sem aquiescência e concurso do coração. Se possível, continuemos trabalhando sob a tormenta, removendo os espinheiros da discórdia ou transformando as pedras do mal em flores de compreensão, suportando, com heroísmo, o clima de sacrifício, mas, se a ventania nos compele a pausas de repouso, não admitamos o bolor do desânimo nos serviços iniciados. Sustentemos em casa a chama de nossa esperança, estudando a Revelação Divina; praticando a fraternidade e crescendo em amor e sabedoria, porque segundo a promessa do Evangelho Redentor, «onde estiverem dois ou três corações reunidos em Seu nome» aí estará Jesus, amparando-nos para a ascensão à Luz Celestial, hoje, amanhã e sempre 7.

O estudo do Evangelho no lar sob a orientação da verdade espírita conduz-

nos ao entendimento da Lei de Deus porque Jesus não veio destruir a lei, isto é, a lei de Deus; veio cumpri-la, isto é, desenvolvê-la, dar-lhe o verdadeiro sentido e adaptá-la ao grau de adiantamento dos homens. Por isso é que se nos depara, nessa lei, os princípios dos deveres para com Deus e para com o próximo, base da sua doutrina. [...] Combatendo constantemente o abuso das práticas exteriores e das falsas interpretações, por mais radical reforma não podia fazê-la passar, do que as reduzindo a esta última prescrição: «Amar a Deus acima de todas as coisas e o próximo como a si mesmo», e acrescentando: aí estão todas as leis e os profetas 1.

2. Importância do Evangelho no lar


A seguinte mensagem do Espírito Emmanuel destaca, de forma clara e inequívoca,

a importância do Evangelho no lar.

O culto do Evangelho no lar não é uma inovação. É uma necessidade em toda parte onde o Cristianismo lance raízes de aperfeiçoamento e sublimação. A Boa Nova seguiu da Manjedoura para a praças públicas e avançou da casa humilde de Simão Pedro para a glorificação no Pentecostes. A palavra do Senhor soou, primeiramente,

sob o teto simples de Nazaré e, certo, se fará ouvir, de novo, por nosso intermédio, antes de tudo, no círculo dos nossos familiares e afeiçoados, com os quais devemos atender às obrigações que nos competem no tempo. Quando o ensinamento do Mestre vibre entre as quatro paredes de um templo doméstico, os pequeninos sacrifícios tecem a felicidade comum.

A observação impensada é ouvida sem revolta.

A calúnia é isolada no algodão do silêncio.

A enfermidade é recebida com calma.

O erro alheio encontra compaixão.

A maldade não encontra brechas para insinuar-se.

E aí, dentro desse paraíso que alguns já estão edificando, a benefício deles e dos outros, o estímulo é um cântico de solidariedade incessante, a bondade é uma fonte inexaurível de paz e entendimento, a gentileza é inspiração de todas as horas, o sorriso é a sombra de cada um e a palavra permanece revestida de luz, vinculada ao amor que o Amigo Celeste nos legou.

Somente depois da experiência evangélica do lar, o coração está realmente habilitado para distribuir o pão divino da Boa-Nova, junto da multidão, embora devamos o esclarecimento amigo e o conselho santificante aos companheiros da romagem humana, em todas as circunstâncias.

Não olvidemos, assim, os impositivos da aplicação com o Cristo, no santuário familiar, onde nos cabe o exemplo de paciência, compreensão, fraternidade, serviço, fé e bom ânimo, sob o reinado legítimo do amor, porque, estudando a Palavra do Céu em quatro Evangelhos, que constituem o Testamento da Luz, somos, cada um de nós, o quinto Evangelho inacabado, mas vivo e atuante, que estamos escrevendo com os próprios testemunhos, a fim de que a nossa vida seja uma revelação de Jesus, aberta ao olhar e à apreciação de todos, sem necessidade de utilizarmos muitas palavras na advertência ou na pregação 6.

Os espíritas, em geral, e os participantes de grupos mediúnicos, em particular, precisam [...] compreender a necessidade do culto do Evangelho no lar. Pelo menos, semanalmente, é aconselhável se reúna com os familiares ou com alguns parentes, capazes de entender a importância da iniciativa, em torno dos estudos da Doutrina Espírita, à luz do Evangelho do Cristo e sob a cobertura moral da oração. Além dos companheiros desencarnados que estacionam no lar ou nas adjacências dele, há outros irmãos já desenfaixados da veste física, principalmente os que remanescem

das tarefas de enfermagem espiritual no grupo, que recolhem amparo e ensinamento,

consolação e alívio, da conversação espírita e da prece em casa. O culto do Evangelho

no abrigo doméstico equivale a lâmpada acesa para todos os imperativos do apoio e do

esclarecimento espiritual 5.

3. Roteiro para o estudo do Evangelho no lar


Na reunião do Evangelho e oração em família evocamos a presença de benfeitores espirituais, familiares e demais Espíritos amigos para, em conjunto, participar desses momentos de paz. Trata-se, na verdade, de uma modalidade de reunião espírita, que deve ser caracterizada pela seriedade e continuidade, a despeito da simplicidade que encerra. Os benfeitores espirituais acorrem ao nosso lar, auxiliando-nos no que for possível, afastando entidades perturbadoras do reduto doméstico, amparando os Espíritos mais necessitados, que se revelam sensíveis às vibrações e elucidações que o serviço religioso do Evangelho no lar propicia 8.

1. Finalidade: trata-se de uma reunião com o objetivo de reunir a família em

torno dos ensinamentos evangélicos à luz da Doutrina Espírita, e sob a assistência

de benfeitores espirituais.

2. Participantes

Poderão participar do Culto [ou da Reunião] todas as pessoas integrantes do

lar, inclusive as crianças.

3. Desenvolvimento

a) prece inicial;

b)leitura e comentário de página evangélica com a participação de todos os

presentes. A reunião pode ser enriquecida, conforme o caso, com poesia,

história ou narrativa de fatos reais;

c) prece de encerramento (ocasião em que se pode orar pelos que não puderam

estar presentes: parentes, amigos, vizinhos etc).

4. Recomendações

a) o tempo de duração do Culto não deve ultrapassar uma hora;

b)recomenda-se a leitura de «O Evangelho segundo o Espiritismo», do «Evangelho

em Casa» e outras páginas evangélicas;

c) abster-se de manifestações de Espíritos;

d)pode-se colocar água para ser fluidificada [magnetizada] pelos Benfeitores

Espirituais;

e) é conveniente que a reunião seja semanal;

f) a presença de visita não deverá ser motivo para a não realização do Culto,

convidando-se os visitantes a dele participarem 4.

Poder da fé

1. Quando Ele veio ao encontro do povo, um homem se lhe aproximou e, lançando- se de joelhos a seus pés, disse: “Senhor, tem piedade d...