“(...) O progresso pode ser comparado ao amanhecer.
Mesmo demorando aparentemente
culmina por lograr êxito.

A ignorância, travestida pela força e iludida pela
falsa cultura, não poucas vezes se há
levantado, objetivando criar embaraços ao desenvolvimento
dos homens e dos povos (...).
Inevitavelmente ele chega, altera a face e a
constituição do que encontra pela frente e
desdobra recursos, fomentando a beleza, a
tranqüilidade, o conforto, a dita. (...)” (10)
Esta é a marcha do progresso: inexoravelmente erguerá
o homem do solo das imperfeições,
em que ainda se detém, para a sua gloriosa destinação:
a perfeição.
Há dois tipos de progresso: o intelectual e o moral: “(...)
O homem se desenvolve por
si mesmo, naturalmente. Mas, nem todos progridem
simultaneamente e do mesmo modo.
Dá-se então que os mais adiantados auxiliam o
progresso dos outros, por meio do contacto
social. (...)” (03)
O progresso moral nem sempre acompanha o progresso
intelectual. Geralmente os indivíduos
e os povos adquirem maior progresso científico e, mais
lentamente, se moralizam.
Com o aumento do discernimento entre o bem e o mal,
pelo desenvolvimento do livrearbítrio,
cresce no ser humano a noção de responsabilidade no
pensar, falar e agir. (...) O desenvolvimento
do livre-arbítrio acompanha o da inteligência e
aumenta a responsabilidade
dos atos. (...)” (04)
“(...) O desenvolvimento intelectual não implica a
necessidade do bem. Um Espírito,
superior em inteligência, pode ser mau. Isso se dá com
aquele que muito tem vivido sem se
melhorar: apenas sabe.”(02) Por isto encontramos entre
nações tecnicamente adiantadas tantas
injustiças sociais: falta a moralização dos seus
componentes humanos.
“Somente o progresso moral pode assegurar aos homens a
felicidade na Terra, refreando
as paixões más; somente esse progresso pode fazer que
entre os homens reinem a concórdia,
a paz, a fraternidade. (...)” (07)
No século em que vivemos, houve grandes avanços nos
diversos campos do conhecimento
humano, mas o “(...) progresso moral se acha muito
aquém do fabuloso progresso intelectual
a que chegou, e daí porque prevalece, em nossos dias,
uma ciência sem consciência,
valendo-se, não poucos. de suas aquisições culturais,
apenas para a prática do mal. (...)” (08)
Mais cedo ou mais tarde os resultados do mau uso do
livre-arbítrio e da inteligência
recairão sobre os homens, através da lei de causa e
efeito e, trabalhados pela dor, os homens
ganharão experiências e entendimento para se
equilibrarem e continuarem suas jornadas evolutivas.studo Sistematizado da Doutrina Espírita
“Amor e o conhecimento são as asas harmoniosas para o
progresso do homem e dos
povos, progresso que, não obstante as paixões nefastas
ainda predominantes na natureza animal
do homem, será impossível de ser alcançado.” (09)
Os maiores obstáculos à marcha do progresso moral são,
sem sombra de dúvidas, o
orgulho e o egoísmo. “(...) A primeira vista, parece
mesmo que o progresso intelectual reduplica
a atividade daqueles vícios, desenvolvendo a ambição e
o gosto das riquezas, que, a seu
turno, incitam o homem a empreender pesquisas que lhe
esclarecem o Espírito. Assim é que
tudo se prende, no mundo moral, como no mundo físico,
e que do próprio mal pode nascer o
bem. Curta, porém, é a duração desse estado de coisas,
que mudará à proporção que o homem
compreender melhor que, além da que o gozo dos bens
terrenos proporciona, uma felicidade
existe maior e infinitamente mais duradoura. (...)”
(05)
FONTES DE CONSULTA
01 - KARDEC, Allan. Da volta do Espírito à vida
corporal. ln:_. O Livro dos Espíritos.
Trad. de Guillon Ribeiro. 76. ed. Rio [de Janeiro]:
FEB, 1995. Perg. 365, págs. 203-204.
02 - Da Lei de Destruição. In:_. O Livro dos
Espíritos. Trad. de Guillon Ribeiro. 76. ed.
Rio [de Janeiro]: FEB, 1995. Perg. 751, pág. 353.
03 - Da Lei do Progresso. In:. O Livro dos Espíritos.
Trad. de Guillon Ribeiro. 76. ed. Rio
[de Janeiro]: FE6, 1995. Perg. 779, pág. 363.
04 - Perg. 780, págs. 363-364.
05 - Perg. 785, pág. 365.
06 - Comentário à perg. 785, pág. 366.
07 - São Chegados os Tempos. In:. A Gênese. Trad. de
Guillon Ribeiro. 35. ed. Rio [de Janeiro]:
FEB, 1992. Item 19, pág. 414.
08 - CALLIGARIS, Rodolfo. A Lei de Progresso. In:. As
Leis Morais. 6. ed. Rio [de Janeiro]:
FEB, 1991. Pág. 120.
09 - FRANCO, Divaldo Pereira. Diante do Progresso.
ln:_. Leis Morais da Vida. Pelo Espírito
Joanna de Ângelis. 6. ed. Salvador, BA: LEAL, 1994.
Pág. 145.
10 - Progresso. In:. Estudos Espíritas. Pelo Espírito
Joanna de Ângelis. 6. ed. Rio [de Janeiro]:
FEB, 1995. Pág. 79.