sexta-feira, 17 de outubro de 2014

Progressão dos Espíritos

Boa tarde queridos irmãos! Compartilhamos com vocês o tema abordado com o nosso grupo de estudo iniciante no dia 04 de agosto de 2014, segue o texto que foi estudado com o grupo.

Existem entre os Espíritos diferentes ordens, de acordo com o grau de perfeição que tenham alcançado. Esse grau de perfeição pode ser maior ou menor, dependendo das qualidades que os Espíritos já adquiriram e das imperfeições de que ainda não se despojaram.

Como não há linhas de demarcação definidas entre essas diferentes ordens, o seu número

é ilimitado, podendo ser aumentado ou diminuído, conforme o critério adotado.

Considerando-se, todavia, os caracteres gerais dos Espíritos, pode-se classificá-los em três ordens principais, a saber:

Primeira Ordem: Espíritos Puros: os que já chegaram à perfeição;

Segunda Ordem: Bons Espíritos: aqueles nos quais o desejo do bem é predominante;

Terceira Ordem: Espíritos Imperfeitos: aqueles em que predomina a ignorância, o

desejo do mal e todas as paixões más que lhes retardam o progresso.

Esta classificação geral pode desdobrar-se em nuances que variam ao infinito. Existem, contudo, caracteres bem definidos que permitem agrupar os Espíritos de acordo com suas tendências e aptidões, constituindo-se numa escala ou num quadro que, no dizer do Codificador, “(...) é, de certo modo, a chave da ciência espírita, porquanto só ele pode explicar as anomalias que as comunicações apresentam, esclarecendo-nos acerca das desigualdades intelectuais e morais dos Espíritos. (...)” (3)

Com base nessas considerações, Kardec subdividiu as três ordens supracitadas em dez classes, como segue:

TERCEIRA ORDEM: ESPÍRITOS IMPERFEITOS

Caracteres Gerais: Predomínio da matéria sobre o Espírito; propensão ao mal; têm a intuição de Deus, mas não o compreendem; apresentam idéias pouco elevadas.

Esta ordem apresenta cinco classes principais:

Décima Classe: Espíritos Impuros: o mal é o objeto de suas preocupações; sua linguagem é grosseira e revela a baixeza de suas inclinações;

Nona Classe: Espíritos Levianos: são ignorantes e inconseqüentes, mais maliciosos do que propriamente maus; linguagem alegre, irônica e superficial;

Oitava Classe: Espíritos Pseudo-Sábios: possuem grande conhecimento, mas julgam SD1

saber mais do que sabem; sua linguagem tem caráter sério, misturando verdades com suas próprias paixões e preconceitos;

Sétima Classe: Espíritos Neutros: apegados às coisas do mundo, não são bons o suficiente para praticarem o bem, nem maus o bastante para fazerem o mal;

Sexta Classe: Espíritos Batedores e Perturbadores: podem pertencer a todas as classes da Terceira Ordem; sua presença manifesta-se por efeitos sensíveis e físicos,

como pancadas e deslocamento de corpos sólidos; são agentes dos elementos do globo; deles se servem os Espíritos Superiores para produzir esses fenômenos físicos do planeta.

SEGUNDA ORDEM: BONS ESPÍRITOS

Caracteres Gerais: Predomínio do Espírito sobre a matéria; desejo do bem; compreendem Deus e o infinito, mas ainda terão de passar por provas; uns possuem a ciência, outros a sabedoria e a bondade; os mais adiantados juntam ao seu saber as qualidades morais.

Esta ordem apresenta quatro classes principais:

Quinta Classe: Espíritos Benévolos:seu progresso realizou-se mais no sentido moral do que no intelectual; a bondade é a qualidade dominante;

Quarta Classe: Espíritos Sábios: amplitude de conhecimentos aplicados em benefício dos semelhantes; têm mais aptidão para as questões científicas do que para as morais;

Terceira Classe: Espíritos de Sabedoria: elevadas qualidades morais e capacidade intelectual

que lhes permitem analisar com precisão os homens e as coisas;

Segunda Classe: Espíritos Superiores: reúnem a ciência, a sabedoria e a bondade; buscam

comunicar-se com os que aspiram à verdade; encarnam-se na Terra apenas em missão de progresso e caracterizam o tipo de perfeição a que podemos aspirar neste mundo.

PRIMEIRA ORDEM: ESPÍRITOS PUROS

Caracteres Gerais: Nenhuma influência da matéria; superioridade intelectual e moral absoluta em relação aos Espíritos das outras ordens.

Esta ordem apresenta apenas uma única classe:

Primeira Classe: Classe Única: — “Os Espíritos que a compõe percorreram todos os graus da escala e se despojaram de todas as impurezas da matéria.

Tendo alcançado a soma da perfeição de que é suscetível a criatura, não têm mais que sofrer provas nem expiações. Não estando mais sujeitos. à reencarnação em corpos perecíveis, realizam a vida eterna no seio de Deus.

Gozam de inalterável felicidade, porque não se acham submetidos às necessidades, nem às vicissitudes da vida material. (...)” (04).

FONTES DE CONSULTA

01 - KARDEC, Allan. Escala Espírita. In: —. O Livro dos Espíritos Trad. de Guillon

Ribeiro. 73. ed. Rio [ Janeiro]: FEB, 1993. Item 100, pág. 87.

02 - Pág. 88.

03 - Pág. 89.

04 - Perg. 113, pág. 95.

Todos os Espíritos que povoam o Universo foram criados por Deus, simples e ignorantes, sem nenhum conhecimento e são destinados à perfeição. É nesse estado de perfeição que eles encontram a pura e eterna felicidade, decorrente do pleno conhecimento das leis que regem a vida e de sua plena vivência.

Entre dois extremos, a criação e a destinação, existe um caminho que cabe a todos os Espíritos trilhar e que representa a conquista gradativa desses conhecimentos. Deus propicia a todos os meios necessários para essa conquista, criando, inclusive, necessidades aos Espíritos que, para atendê-las, precisam agir. É através dessa ação que os Espíritos progridem, conquistam os conhecimentos e desenvolvem os sentimentos, adquirindo, assim, gradativamente, as virtudes que lhes propiciarão chegar ao estado de perfeição.

Vê-se, assim, que essa ascensão do Espírito, do estado de ignorância para o estado de sabedoria, depende tão somente do seu trabalho. E é importante destacar este aspecto, já que o trabalho é a parte que lhe cabe e que é intransferível, uma vez que os recursos necessários Deus propicia a todos, em igualdade de condições.

“(...) Deus não aquinhoa melhor a uns do que a outros, porquanto é justo, e, visto serem todos seus filhos, não tem predileções. Ele lhes diz: Eis a lei que deve constituir a vossa norma de conduta; ela só pode levar-vos ao fim; tudo que lhe for conforme é o bem, tudo que lhe for contrário é o mal. Tendes inteira liberdade de observar ou infringir esta lei e assim sereis os árbitros da vossa própria sorte. Conseguintemente, Deus não criou o mal; todas as suas leis são para o bem, e foi o homem que criou esse mal, divorciando-se dessas leis; se ele as observasse escrupulosamente, jamais se desviaria do bom caminho.” (01)

Por aí se observa a lei de liberdade regendo o progresso dos Espíritos. Através de seu trabalho e com o uso do livre-arbítrio o Espírito vai, de forma voluntária e consciente, conquistando as virtudes que não possui e desfazendo-se das suas imperfeições.

É o que esclarecem os Espíritos Superiores: “(...) o livre-arbítrio se desenvolve à medida que o Espírito adquire a consciência de si mesmo. Já não haveria liberdade, desde que a escolha fosse determinada por uma causa independente da vontade do Espírito. A causa não está nele, está fora dele, nas influências a que cede em virtude da sua livre vontade. É o que se contém na grande figura emblemática da queda do homem e do pecado original: uns cederam à tentação, outros resistiam. (...)” (04)

E quando Kardec pergunta se as influências dos Espíritos imperfeitos só se exercem sobre o Espírito em sua origem, os Espíritos Superiores respondem com clareza: “(...)

Acompanha-o na sua vida de Espírito, até que haja conseguido tanto império sobre si mesmo, que os maus desistem de obsidiá-lo.” (04) Como se vê, só através da evolução moral e intelectual é que os Espíritos, encarnados e desencarnados, se distanciam da influência negativa dos Espíritos inferiores.

Conclui-se, daí, que a plena e eterna felicidade está à nossa espera quando chegarmos à condição de Espíritos puros. Os meios de alcançá-la, Deus no-los oferece. Depende apenas de nós, através do trabalho e do adequado uso do livre-arbítrio, abreviar essa chegada.

* * *

FONTES DE CONSULTA

01 - KARDEC, Allan. Os Anjos. In: —. O Céu e o Inferno Trad. de Manuel Justiniano

Quintão. 37. ed. Rio [ Janeiro]: FEB, 1991. Item 12, pág. 113.

02 - KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos Trad. de Guillon Ribeiro. 73 ed. Rio [Janeiro]:

FEB, 1993. Perg. 114.

03 - Perg. 115.

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