“A liberdade é a condição necessária da alma humana
que, sem ela, não poderia construir
seu destino. (...)” (08) Apesar da liberdade do homem
parecer, à primeira vista, muito restrita pelas próprias limitações das
condições físicas, sociais ou interesses de cada um, na realidade, sempre podemos
contornar tais obstáculos e agir da maneira que mais nos pareça acertada.
é a responsabilidade do homem que faz sua dignidade e
moralidade. Sem ela, não seria
ele mais do que autômato, um joguete das forças
ambientes. (...)” (08)
Quando resolvemos fazer ou deixar de fazer alguma
coisa, a nossa consciência sempre nos alerta a respeito, aprovando-nos ou
censurando-nos. Apesar da voz íntima nos alertar, sempre usamos o que foi
decidido pela nossa vontade ou livre-arbítrio. Nada nos coage nos momentos de
decisões próprias, daí ser correto afirmar que somos responsáveis pelos nossos atos.
Somos os construtores do nosso destino.
Livre-arbítrio é, pois, definido como “a faculdade que
tem o indivíduo de determinara sua própria conduta”, ou, em outras palavras, a
possibilidade que ele tem de, “entre duas ou
mais razões suficientes de querer ou de agir, escolher
uma delas e fazer que prevaleça sobre
as outras. (...)” (07)
Aceitar a vida guiada por um determinismo onde todos
os acontecimentos estão fatalmente
pré-estabelecidos, é raciocinar de uma maneira muito
ingênua, senão simplória;
porque, se assim fosse, o homem não seria um ser
pensante, batalhador, capaz de tomar resoluções e de interferir no progresso,
seria apenas uma máquina robotizada, irresponsável, à
mercê dos acontecimentos.
“(...) Fatalidade existe unicamente pela escolha que o
Espírito fez, ao encarnar, desta ou daquela prova para sofrer. (...)” (06) “(...)
O livre-arbítrio, a livre vontade do Espírito exerce-se principalmente na hora
das reencarnações. Escolhendo tal família, certo meio social, ele sabe de
antemão quais são as provações que o aguardam, mas compreende, igualmente, a
necessidade destas provações para desenvolver suas qualidades, curar seus
defeitos, despir seus preconceitos e vícios. Estas provações podem ser também
conseqüências de um passado nefasto, que é preciso reparar, e ele aceita-as com
resignação e confiança. (...)
O futuro aparece-lhe então, não em seus pormenores,
mas em seus traços mais salientes,
isto é, na medida em que esse futuro é a resultante de
atos anteriores. Estes atos representam
a parte de fatalidade ou “a predestinação que certos
homens são levados a ver em todas as vidas. (...)ado da Doutrina Espírita
rograma II
Unidade 4
Sub-unidade 2
Na realidade, nada há de fatal e, qualquer que seja o
peso das responsabilidades em que se tenha incorrido, pode-se sempre atenuar,
modificar a sorte com obras de dedicação, de bondade, de caridade, por um longo
sacrifício ao dever. (...)” (09)
Os acontecimentos diariamente observados na categoria
de dores, que desarticulam o modo de viver, antes tão feliz; ou sob forma de
tragédias, que produzem crises de angústia e de desespero; a doença que chega
sem avisar, abatendo o ânimo e a coragem; as decepções com amigos ou as
esperanças frustradas, a pobreza material a retratar-se na desnutrição, na orfandade,
nos assaltos, tanta coisa, a se traduzir como aflições e infortúnios, poderá
levar o homem, que desconhece as verdades espirituais, à loucura ou ao
suicídio. Por isto, a Doutrina Espírita vem esclarecer que “de duas espécies
são as vicissitudes da vida, ou, se o preferirem, promanam de duas fontes bem
diferentes, que importa distinguir. Umas têm sua causa na vida presente;
outras, fora desta vida.
“Remontando-se à origem dos males terrestres,
reconhecer-se-á que muitos são conseqüência
natural do caráter e do proceder dos que os suportam.
Quantos homens caem por sua própria culpa! Quantos são
vítimas de sua imprevidência, de seu orgulho e de sua ambição!
Quantos se arruínam por falta de ordem, de
perseverança, pelo mau proceder, ou por não terem sabido limitar seus desejos!
(...) Quantas doenças e enfermidades decorrem da intemperança e dos excessos de
todo gênero!
Quantos pais são infelizes com seus filhos, porque não
lhes combateram desde o princípio
as más tendências! (...)
A quem, então, há de o homem responsabilizar por todas
essas aflições, senão a si mesmo? O homem, pois, em grande número de casos, é o
causador de seus próprios infortúnios (...).” (01)
No entanto, sabemos que existem males que ocorrem sem
que o homem tenha diretamente
culpa. São dores que têm origem em atos praticados
noutras existências. “(...) Tal, por exemplo, a perda de entes queridos e a dos
que são o amparo da família. Tais, ainda, os acidentes
que nenhuma previsão poderia impedir; os reveses da
fortuna, que frustram todas as precauções aconselhadas pela prudência; os
flagelos naturais, as enfermidades de nascença, sobretudo as que tiram a tantos
infelizes os meios de ganhar a vida pelo trabalho: as deformidades, a idiotia,
o cretinismo etc.
Os que nascem nessas condições, certamente nada hão
feito na existência atual para merecer, sem compensação, tão triste sorte, que
não podiam evitar (...).” (02) Não resta a menor dúvida que constituímos hoje,
o produto das experiências vividas no passado. Não há sofrimento sem uma causa
e efeito, ou ação e reação, que regem o nosso destino porque, se somos livres
na semeadura, seremos escravos da colheita.
Deus nos permite, pelo livre-arbítrio, a
responsabilidade de praticar o bem ou o mal, porém, a partir do momento que
decidimos o que fazer, esta ação gera uma reação característica, que virá mais
tarde sob a forma de colheita.
“(...) Assim se explicam pela pluralidade das
existências e pela destinação da Terra, como mundo expiatório, as anomalias que
apresenta a distribuição da ventura e da desventura entre os bons e os maus
neste planeta. (...)” (03)
PRINCÍPIOS BÁSICOS DA DOUTRINA ESPÍRITA JUSTIÇA DIVINA
Questionário a ser respondido depois da leitura das
questões n 843, 844, 846, 847, 850,
851 e 852 de O Livro dos Espíritos.
01. Não sendo o determinismo inflexível, os rumos da
nossa existência terrena podem
ser alterados, aliviando ou agravando as nossas dores?
Responda e justifique.
02. Explique, à luz do princípio da Ação e Reação, o
que parece ser fatalidade.
03. Conceitue livre-arbítrio e fatalidade usando as
informações do livro-texto.
04. Justifique de acordo com os conceitos de
livre-arbítrio e fatalidade as desencarna
ções inesperadas, as epidemias, as hecatombes, os
flagelos naturais (secas, enchentes,
pragas).
05. O livre-arbítrio, faculdade concedida por Deus ao
homem, pode sofrer alterações?
Em outras palavras, o livre-arbítrio, isto é, capacidade
de decidir, de escolher, pode
aumentar, diminuir ou é estacionária?
06. Qual a relação entre livre-arbítrio e
responsabilidade?
FONTES DE CONSULTA
01 - KARDEC, Allan. Bem-aventurados os Aflitos. In:O
Evangelho Segundo o Espiritismo.
Trad. de Guillon Ribeiro. 111. ed. Rio de Janeiro,
FEB, 1995. Cap. V. Item 4, págs. 98-100.
02 - Item 6, págs. 101-102.
03 - Item 7, págs. 102.
04 - O Livro dos Espíritos. Trad, de Guillon Ribeiro.
75 ed. Rio de Janeiro, FEB. 1994.
Perg. 843, pág. 387.
05 - Perg. 844, pág. 388.
06 - Perg. 851, pág 390.
07 - CALLIGARIS, Rodolfo. O livre-arbítrio. In: As
Leis Morais. 2. ed. Rio de Janeiro,
FEB, 1983. Pág. 151
08 - DENIS, Léon. O Livre-arbítrio. In: O Problema do
Ser, do Destino e da Dor. 16ª ed. Rio
de Janeiro, FEB,
1991. Pág. 342-.
09 - Pág. 346.
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